A irresponsabilidade que mata!
Em qualquer país sério, o secretário Waldson de Sousa (Saúde) estaria preso. Pode-se até respeitar o cidadão pessoa física Waldson, mas não o gestor Waldson que descumpre uma decisão judicial para fornecer medicamentos a um paciente com câncer, que vem a falecer exatamente por falta do remédio. Num país sério, tal comportamento resultaria em prisão.
É inaceitável que um gestor, responsável por administrar os recursos públicos, não utilize esses recursos em benefício público. Afinal, que remédio há para um gestor que sonega o bem que mantém a vida de um cidadão? É a completa banalização da vida, quando seu futuro está nas mãos de quem não tem, absolutamente, compromisso nem respeito ao ser humano.
Em qualquer país sério, um gestor que assim procedesse já estaria detido. Por mais que sejam seus argumentos para sonegar remédio a um paciente que padece, todos eles serão infinitamente menores do que o bem da vida. Insensibilidade é pouco para qualificar esse comportamento, que beira o irracional, para não dizer sadismo. Impressiona a que ponto a Paraíba chegou.
Se o senhor secretário atendeu a ordens superiores para assim agir, deve responsabilizar a quem de direito. Se, no entanto, agiu por iniciativa própria, deve ser responsabilizado, como, aliás, já previu o desembargador José Ricardo Porto, que em boa hora decidiu acionar o Ministério Público para enquadrar o senhor secretário por crime de improbidade.
Em última instância, cabe ao nosso ínclito, preclaro e insigne governador Ricardo Coutinho dar uma resposta à sociedade. Não pode é ficar silente, enquanto setores essenciais de sua administração banalizam, impunemente, a vida do cidadão.