A morte de Fidel Castro e o fim de uma era
Se para John Lennon os Beatles chegaram a ser mais populares que Jesus Cristo, pode-se dizer o mesmo em relação a Fidel Castro, durante um certo período de nossa história recente. E havia uma plateia eclética, entre os que odiavam, idolatravam ou simplesmente admiravam sua bravura, ou talvez mais para bravata, em literalmente peitar os Estados Unidos, então candidatos a xerife do mundo.
Mas, ele estava sempre lá em sua Cuba libre (ou não), nessas últimas cinco ou seis décadas desde a revolução que apeou outro ditador, Fulgêncio Batista, do poder. Se foi o melhor para Cuba essa longa jornada, difícil dizer. Os cubanos certamente entendem mais de Cuba do que todos nós. E a eles cabe o julgamento. De qualquer forma, o mundo não seria o mundo que conhecemos sem a Cuba de Fidel.
Talvez até como um contraponto importante à globalização, à perversão do capitalismo selvagem, e também como resultado de um experimento que, se resultou em avanços notáveis em áreas como saúde, educação e desportos, também produziu um desastre em termos de liberdade e de padecimentos graves, como a fome, para uma gente que emerge da indigência e se vê humilhada à reintegração mundial, ante a exaustão do modelo.