A operação de alto risco no assédio do governador a Maranhão. E se der errado?
Impressiona como há até pouco tempo, para o governador Ricardo Coutinho, o senador Zé Maranhão era aquele líder que vive de pedir cargos no Governo, ou o golpista que ajudou a cassar a ex-presidente Dilma ou o ex-governador que deixou o Estado quebrado. Num passe de mágica, não é mais. E por que o senador não tem mais defeitos?
Simples. Porque o governador precisa. E quando ele precisa, esquece de suas próprias palavras, das pesadas críticas que fez num passado nem tão recente, e adoça a linguagem para tentar seduzir e restabelecer uma parceria que seja capaz de fazê-lo entrar novamente no jogo da disputa das eleições do próximo ano, já que sua principal opção, o secretário João Azevedo (Infraestrutura), não tem decolado. Simples assim. E Maranhão, que não tem nada com isso, de repente vê seu nome regiamente elogiado pelo governador, como já é pelos segmentos da oposição, e, obviamente, turbina ainda mais a sua imagem para a sequência do campeonato. Nesse jogo, Maranhão nada tem a perder.
Já, para o governador, é uma jogada de alto risco. Se a operação com Maranhão der certo, o peemedebista poderá ser o seu candidato ao Governo e viabilizar uma chapa majoritária em que ele possa ancorar sua candidatura ao Senado. Mas, se der errado, RC terá queimado a candidatura do secretário João Azevedo (Infraestrutura) e certamente não terá mais tempo de lançar outro candidato.