A PARTIR DE JANEIRO Circula em Recife que Ricardo Coutinho estaria cotado para assumir cargo na gestão de João (filho de Eduardo) Campos
Circula na militância do PSB de Recife, que Ricardo Coutinho estaria cotado para assumir um cargo na futura administração do prefeito eleito João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, a partir de janeiro de 2021. Ricardo Coutinho, como se sabe, era aliado próximo de Eduardo Campos (pai de João).
O caso do provável aproveitamento do ex-governador na gestão de João Campos, no entanto, vem sendo tratado com certo sigilo, porque há dúvidas se o ex-governador, sendo réu em pelo menos sete ações penais da Operação Calvário, poderia assumir cargos públicos.
Durante a campanha, e contrariando um pacto com o ex-presidente Lula (que gravou vídeo defendendo sua candidatura a prefeito de João Pessoa), Ricardo Coutinho postou em redes sociais a defesa do voto em João Campos, que, como se sabe, disputou a prefeitura de Recife contra a petista Marília Arraes.
Especula-se que Ricardo Coutinho tenha pedido votos para João Campos por conta conta da pressão interna no PSB contra sua permanência na presidência da Fundação João Mangabeira.
Histórico – Ricardo Coutinho foi preso no âmbito da Calvário 7 – Juízo Final, em dezembro de 2019, e solto dois dias depois. Mas, em fevereiro deste ano, o Superior Tribunal de Justiça, com voto da ministra-relatora Laurita Vaz, impôs várias medidas cautelares ao ex-governador, em contrapartida.
Dentre as cautelares, constavam o comparecimento periódico em juízo, proibição de manter contato com os demais investigados da Calvário (exceto familiares), proibição de se ausentar da comarca sem prévia e expressa autorização do Juízo e afastamento da atividade de natureza econômica/financeira que exercia com Estado e prefeitura.
Pouco depois e, de forma suplementar, o desembargador Ricardo Vital, relator da Calvário junto ao Tribunal de Justiça, impôs também o uso de tornozeleira eletrônica.
Relaxamento – Mas, em agosto último, o ministro Gilmar Mendes mandou retirar a tornozeleira do ex-governador, acatando argumento de seus advogados, de que ele estaria correndo risco de contrair Covid, diante dos seguidos problemas técnicos registrados no aparelho rastreador.
Em outubro, os ministros da 6ª Turma do Superior Tribunal Federal, com voto contrário da relatora Laurita Vaz, decidiram liberar o ex-governador do recolhimento noturno, permitindo que pudesse circular livremente, inclusive para fazer campanha pela prefeitura de João Pessoa.
Agora, está na pauta do STJ o julgamento de um habeas corpus que pede a liberação do ex-governador poder viajar livremente. Caso a decisão seja favorável, Ricardo Coutinho poderia viajar a Recife, por exemplo.