A pergunta é: esse Congresso tem legitimidade para eleger um novo presidente?
As labaredas que se alastraram, nas últimas horas, devastaram o que ainda restava de figuras como Michel Temer e Aécio Neves, e levaram o País para a encruzilhada com o seu futuro. Os fatos se impuseram e sinalizam que o Brasil precisa, imediatamente, de um novo presidente. O problema é a escolha desse novo presidente.
Vozes do Supremo Tribunal Federal, como o ministro Celso de Mello, acudiram em afirmar que é preciso obediência ao que preceitua a Constituição, que, para esses casos, estabelece a fórmula das eleições indiretas, no prazo de 30 dias, uma vez decretada a vacância da Presidência da República. Seja no caso de renúncia, ou de cassação de Temer.
Então, vem o maior problema: a eleição indireta é realizada pelo Congresso Nacional. Mas, como corrigir um mal tamanho, usando como ferramenta de escolha exatamente o Congresso, onde existe a maior concentração de envolvidos em escândalos por metro quadrado do País? Teriam eles legitimidade para eleger um novo presidente?
O próprio presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, é um dos investigados na Lava Jato. E, em tese, seria presidente do País por até 30 dias, até que, ele próprio convoque eleições indiretas, para as quais, inclusive, pode até ser candidato. A nação não se sentirá jamais redimida com essa fórmula. O País precisa de eleição direta.