A permanência da Petrobrás em Cabedelo e o Galo de Chantecler
Ainda tenho cá minhas dúvidas, meu caro Paiakan, mas se é mesmo verdade que a Petrobrás não vai mais retirar seus tanques de armazenagem de Cabedelo, então foi uma vitória da Paraíba. Graças especialmente à mobilização da Assembleia, que denunciou a ameaça de transferência para Suape, e enviou seus deputados para debater o caso na Transpetro.
Claro que a mídia chapa branca vai sempre enfatizar que foi obra e graça do governador Ricardo Coutinho. Como se sabe, o governador tem a síndrome do Galo de Chantecler. O bicho achava que o dia só nascia, porque ele cantava. Mas, na verdade, RC só veio a tomar alguma iniciativa após a mobilização dos deputados e das entidades portuárias.
O que é impressionante, porque o Porto de Cabedelo tem um administrador nomeado pelo governador. A ele, Wilbur Jacome, caberia levar o caso ao governador e cobrar providências, para evitar o pior. Não foi o que houve. O Governo, mesmo sabendo da iminência de perder a tancagem da Petrobrás, ficou inerte, e só reagiu após a iniciativa da Assembleia.
Na semana passada, ao saber que a Casa havia agendado uma audiência com o presidente da Transpetro, marcada para a segunda-feira (dia 5), o governador se mobilizou rapidamente para solicitar outra. O que ficou confirmado para o dia seguinte, a terça (dia 6). Mas, já na segunda, o presidente Sérgio Machado anunciava a disposição de evitar a saída da Petrobrás.
Quando o governador chegou para a audiência da terça-feira, o assunto já estava sacramentado desde o dia anterior. Mas, a exemplo do Galo de Chantecler, alardeou-se como pai da criança. Nada contra, afinal o maior beneficiário com a permanência da Petrobrás é a Paraíba, venha de onde vier a iniciativa. Mas, o registro dos fatos é sempre importante. Para não se cometer injustiças.
A verdade é que se o Estado cantasse de galo mesmo, não tinha perdido tanto para Pernambuco, desde que se instalou o Governo Chantecler, quer dizer, girassol, na Paraíba.