A queda de braço pelo comando da Câmara
O prefeito eleito Luciano Cartaxo até nega, mas existe, sim, um acordo com o ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), presidente do PP, para o apoio à reeleição do vereador Durval Ferreira. Vem do tempo em que ocorreram as negociações com o PT para o apoio da legenda à candidatura de Cartaxo. Uma das condições foi exatamente o apoio a Durval.
O problema é que, nos últimos dias, aumentou consideravelmente a pressão, de integrantes do núcleo duro da campanha de Cartaxo, para rever a posição em torno de Durval. A pretexto de promover uma renovação na Casa, a proposta foi mudar o nome de Durval por outro igualmente palatável, e então surgiu o nome do vereador Bruno Farias, do PPS, coincidentemente partido do vice eleito Nonato Bandeira.
Seria, claro, uma forma de partilhar o poder no Governo que se instala a partir de janeiro. Nonato não quer ficar como um vice apenas decorativo. Tendo a presidência da Câmara, passaria a ter poder de fogo, inclusive, na interlocução da Casa com a gestão Cartaxo. Uma operação que, em tese, não agrada setores do PT, que não gostariam de ficar revés de Nonato.
Mas, Durval percebeu rapidamente o jogo e se antecipou, apresentando uma lista com 17 vereadores. Ora, num colegiado de 27, ele tem maioria para se reeleger, independente de qualquer força externa. No máximo, ele admite negociar espaços na Mesa ou admitir passar o bastão para Bruno (ou Raissa Lacerda), daqui a dois anos. As negociações estão nesse pé.