A reforma política que não sai e o mesmo do mesmo, confira com Palmarí de Lucena
Em seu mais recente comentário, o escritor Palmarí de Lucena lamenta como encerra em 2018 mais uma legislatura, e os parlamentares não aprovam uma reforma política decente para o Brasil, “exceto pelas tentativas de relaxar as regras de fiscalização e de controle de partidos e candidatos”. Os senhores deputados e senadores são generosos apenas quando no seu próprio interesse como “financiamento de partidos, campanhas eleitorais e propaganda midiática com fundos abastecidos com dinheiro do contribuinte, assegurando assim a preservação da espécie política”.
Confira a íntegra do comentário “O mesmo do mesmo!”
“Possivelmente a mais urgente das reformas desde a Constituição de 1988, a reforma política prossegue cambaleante por tortuosos caminhos, refém da indiferença e fisiologismo político subestimando a construção de um poder legislativo representativo dos interesses do povo, livre do controle das oligarquias políticas e interesses espúrios. Estamos próximos ao fim de mais uma legislatura sem alcançar o mínimo das mudanças discutidas por décadas, exceto pelas tentativas de relaxar as regras de fiscalização e de controle de partidos e candidatos. Generoso financiamento de partidos, campanhas eleitorais e propaganda midiática com fundos abastecidos com dinheiro do contribuinte, assegurando assim a preservação da espécie política.
O nível de renovação no Congresso Nacional nas eleições de 2014 foi de 43,5%, o maior desde 1998. Apologistas citam este ganho como um novo paradigma de futuras mudanças na escolha e na representatividade dos parlamentares a serem eleitos em 2018. Dependendo do eleitorado, uma grande parte da renovação poderá ser limitada a uma troca de guarda entre membros de oligarquias políticas. Segundo a Transparência Brasil, 49% dos parlamentares eleitos em 2014, são netos, filhos, irmãos, sobrinhos ou casados com quem exerce ou já exerceu algum cargo eletivo.
Articulações para formação de coligações e escolha de candidatos para cargos majoritários na Paraíba, reforçam possibilidades de domínio continuado de oligarquias políticas que há muito dominam a nomenclatura do poder no Estado e sua Bancada Federal. Atualmente, 92% dos parlamentares paraibanos têm parentesco com políticos ou afins de grupos familiares. Renovação e assepsia do mundo político e aumento da representatividade do povo paraibano no poder público dependerá em grande parte do compromisso do eleitor em reduzir ou pelo menos mitigar a influência difusa das oligarquias políticas responsáveis pelo clientelismo, fisiologismo, incompetência, o subdesenvolvimento do Estado e à crise afetando o país, como um todo.”