A reinauguração da Transposição e o lançamento da candidatura de Lula
Se havia alguém em condições de ir a Monteiro para até mesmo “reinaugurar” a Transposição era Lula. Questão de justiça. Sem desmerecer, claro, todos aqueles que contribuíram de alguma forma pela sua realização, foi o ex-presidente Lula quem efetivamente iniciou a obra, que outros, não tiveram coragem de começar. Como foi o caso, por exemplo, de Fernando Henrique Cardoso.
Tanto é assim que milhares de nordestinos, reconhecidos pela iniciativa do petista, foram prestigiar sua presença domingo em Monteiro. Que poderia ter se revestido de um simbolismo ainda maior não fora a ofensiva de transformar o ato em manifestação eleitoral. A presença de oportunistas, querendo faturar politicamente já de olho em 2018, contribuiu ainda mais para deslustrar o evento.
Não que Lula não tenha direito, também, de se apresentar como candidato em 2018. Tem e certamente deve, afinal, após a hecatombe que devastou o PT, ele é o único nome que o partido dispõe para a disputa, em condições de competir. Mas, o que se questiona é a oportunidade. Também o oportunismo. Afinal, o que seria uma festa das águas transformou-se, por assim dizer, num comício.
Lançamento – Em seu pronunciamento, Dilma escancarou a candidatura de Lula: “O povo desse país não suporta outro golpe. Esse segundo golpe é impedir que os candidatos populares sejam colocados à disposição do povo. O Lula é um deles. Vamos nos reencontrar com a democracia, é o único jeito de lavarmos a alma do povo brasileiro. E só a água da democracia lava nossa alma. Vamos nos encontrar em uma eleição direta em outubro de 2018, é logo ali. Vamos exigir que haja eleição, e que os competidores não sejam impedidos de competir. No tapetão, não.”