A violência nossa de cada dia num Estado refém dos bandidos
O juiz José Ferreira Ramos Júnior, da Propaganda Eleitoral, poderia estar figurando nas estatísticas como mais uma vítima da violência na Paraíba, como postou no seu Instagram. Felizmente sobreviveu ao ataque de um bandido, que apontou uma arma para sua cabeça. Mas, quantos não têm a sua mesma sorte, especialmente num Estado onde, em apenas um final de semana, há em média uma dezena de homicídios?
Há muito tempo, a Paraíba deixou de ser um Estado tranquilo. Nos últimos anos, cidades como João Pessoa e Campina Grande passaram a integrar o ranking das mais violentas do mundo. Isso não ocorre por acaso. Pode-se afirmar que a violência é um problema do Brasil. Mas, o fato é que alguns Estados têm encontrado alternativas para reduzir essas estatísticas. Há uma determinação de enfrentar a criminalidade.
No Nordeste, praticamente todos os Governo têm investido maciçamente em modernização das polícias, aumento do efetivo e aplicação de técnicas avançadas de inteligência e, como isso, confrontando a bandidagem que, em muitos casos, se vê acuada e termina migrando precisamente para onde o aparelho de segurança não oferece a mesma disposição. A Paraíba tem sido destino desse tipo de bandido.
Há uma semana, por exemplo, após realizarem vários assaltos a bancos na Paraíba, inclusive com uso de explosivos, os bandidos acabaram presos no Rio Grande do Norte. E confessaram que encontram mais facilidades para assaltos na Paraíba, onde a maioria das cidades do interior tem um destacamento policial insuficiente, na verdade ridículo, para enfrentar a criminalidade. Uma facilidade que induz o bandido.
O fato é que a Paraíba dos tempos republicanos nunca teve um plano efetivo de combate à violência, apesar do governador Ricardo Coutinho, em seus conhecidos arroubos, ter prometido acabar com a criminalidade em seis meses. Certamente imaginava que resolveria por decreto e os bandidos iriam obedecer. Resolver no grito, como costuma tratar seus auxiliares e adversários. Deu no que deu.
Confira a postagem do juiz em seu Instagram…
“Faltando apenas dois dias para completar mais um ano de vida, enfrentei o pior momento da minha vida hj pela manhã (11:30). Uma arma apontada para minha cabeça! Sim, isso mesmo! Estava a caminho de Campina para rever minha família.
Fazia duas semanas que não os via, por causa do meu trabalho nas eleições aqui em João Pessoa. Pois bem, estava dirigindo meu carro na BR 230, no retão do planalto. Parei p/, em obediência A LEI, atender o telefone. De repente, do nada, surgiu um elemento e apontou um revólver para minha cabeça e anunciou o assalto.
Fiquei atônito, paralisado, sem acreditar no que estava acontecendo. O motor estava ligado. Não abri a porta como ele ordenou. Engatei a marcha para sair rápido. Ele acionou o gatilho. A bala não detonou. Deus me livrou! Me abaixei e Consegui arrancar o carro e ele atirou novamente.
Dessa vez a bala detonou, mas, graças ao meu Deus eu já estava fora do alcance. Compartilho esse momento tão delicado que vivi, primeiro, para agradecer a Deus pelo livramento, hj eu poderia ser mais um número nas estatísticas da violência, uma imagem no “retrovisor” como na foto acima. 2º para alertar a todos.
Não parem o seu carro na BR, pois ao relatar o fato na polícia rodoviária e fazer o boletim de ocorrência, fui informado pelo PRF que esse tipo de abordagem está se tornando comum nas estradas. Não vou me valer disso para culpar as autoridades de segurança, governo, policia ou quem quer que seja. Reputo isso a maldade do ser humano que não tem respeito pela vida do próximo.”
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