A vitória histórica de Ricardo e a necessidade de unir a Paraíba
O governador Ricardo Coutinho tem razões de sobra para comemorar muito a sua vitória. Era uma vitória improvável, num cenário em que tinha obrigação de vencer. E venceu bem. E não ganhou de qualquer um. Ele impôs uma derrota de mais de 100 mil votos ao senador Cássio Cunha Lima, que era considerado o maior líder político do Estado.
Ricardo soube construir sua vitória, a partir das alianças. Em João Pessoa, por exemplo, onde claramente não estava bem, no início do ano, foi buscar a coligação com o PT do prefeito Luciano Cartaxo. A dobradinha com Lucélio assegurou um agregado importante, e certamente decisivo de votos, para recuperar o prestígio que havia perdido na Capital.
Depois, teve a sorte de sua candidata Marina não passar pro segundo turno, pois certamente não teria como manter o PT em sua coligação e afinar sua campanha com a presidente Dilma. E teve o PMDB de Vital e Veneziano em Campina Grande, impedindo o crescimento de Cássio no segundo turno. Os apoios nos dois maiores colégios foram então decisivos.
Claro que dificilmente seria reeleito, se não contasse com o apoio do PT e do PMDB, o que o obriga a fazer um governo de coalizão, caso tenha um mínimo de gratidão com seus parceiros.
Obviamente, a Paraíba segue dividida. Há um contingente de quase 50% de paraibanos que reprovaram sua reeleição. Por isso mesmo, se quiser fazer o melhor governo de todos, conforme falou em seu discurso de vitorioso, terá de procurar unir a Paraíba. E talvez seja esse o conceito principal para os próximos quatro anos, se houver um mínimo de bom senso.
E a esperança é que ele realize mesmo uma grande administração. Quem é verdadeiramente paraibano não pode torcer contra. E, claro, ter humildade para receber as críticas, caso frustre as expectativas que andou criando ao longo da campanha. No segundo mandato aumenta a responsabilidade, considerando que a Paraíba aprovou sua gestão, mas com ressalvas.