O deputado-presidente Hugo Motta (Republicanos) segue em comportamento errático, meu caro Paiakan. Após sinalizar apoio ao Palácio do Planalto, quanto ao projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, eis que o deputado abre fogo contra o aumento do IOF, apresentado pelo Governo Lula.
Segundo reportatem do G1, “o presidente da Câmara, Hugo Motta, criticou nesta segunda-feira (26/05) a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para algumas modalidades de transação”. A crítica reverberou em alguns setores do Governo, especialmente porque já houve uma atrapalhada na apresentação da proposta.
Logo após o ministro Fernando Haddad (Fazenda) apresentar a proposta de aumento da alíquota para todas as operações financeiras ao patamar de 3,5%, houve intensa reação do mercado, e o ministro, de forma surpreendente, voltou atrás em algumas das modalidades, deixando nos percentuais anteriores.
Eis o que postou Hugo, repercutido pelo G1: “O Estado não gera riqueza – consome. E quem paga essa conta é a sociedade. A Câmara tem sido parceira do Brasil ajudando a aprovar os bons projetos que chegam do Executivo e assim continuaremos. Mas quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor.”
E arrematou: “O Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto. Precisa de menos desperdício. Vamos trabalhar sempre em harmonia e em defesa dos interesses do país.”
Como se vê, meu caro Paiakan, se o Governo Lula pretendia ampliar a arrecadação federal em, pelo menos, R$ 20 bilhões, como anunciou Haddad, talvez precise rever suas expectativas. A menos que o presidente Hugo Motta, como aliás tem feito em outras ocasiões, decida conspirar contra suas próprias declarações.