Afinal, por que tanta pressa para aprovar o empréstimo da Cagepa?
Impressiona, meu caro Paiakan, a pressa como o nosso ínclito, preclaro e insigne governador quer aprovar esse empréstimo da Cagepa. Mais que isto: surpreende tudo o que seu Governo tem sido capaz para impor a sua aprovação, às vésperas de uma disputa eleitoral.
Desde que esse projeto começou a tramitar na Assembleia, descobriu-se, por exemplo, que os juros iniciais cobrados pela Caixa Econômica Federal, no empréstimo de R$ 150 milhões, eram maiores do que os atualmente pagos pela Cagepa junto aos bancos privados.
Depois se soube que a folha de pessoal da empresa aumentou mais de R$ 3 milhões, exatamente durante a gestão do governador RC. Também foi revelado que a Cagepa tem a receber R$ 300 milhões, mas não cobra dos devedores e sequer acionou a Serasa ou o Cadin.
Foi também surpresa para os paraibanos a informação de que a empresa já havia feito vários empréstimos este ano, sem o conhecimento do distinto público. Um deles, no mínimo imoral, com o Banco Gerador, em que pagou comissão de 10% para receber o tal empréstimo.
Pior ainda foi a descoberta de que os contratos com esse banco impõe uma multa (!) de 5% do valor do empréstimo, caso a empresa resolva fazer a sua quitação. Foi um contrato assinado há três meses, quando a empresa já cogitava de pedir o empréstimo da Caixa. Pense.
Ou seja, não fosse a oposição ter decidido esclarecer todos os elementos que envolvem esse empréstimo, já havia sido aprovado com casca e tudo, como queria o governador, e os paraibanos jamais iriam saber de todas essas traquinagens. Mas, o governador não sossega.
O governador insiste na aprovação imediata do projeto. Mas, perguntar não ofende: será que não há algo a mais para ser revelado, caso o imbróglio demore, e por isso toda essa pressa? Ou terá a ver com o processo eleitoral às vésperas do veredicto das urnas?