“Alexandre de Moraes não é um Teori Zavascki”, confira por que no artigo de Palmarí Lucena
“Alexandre de Moraes não é um Teori Zavascki, não trocaram seis por meia-dúzia…”, afirma o escritor Palmarí Lucena, em seu mais recente artigo “Manobras espúrias”, em que aborda de forma cirúrgica, a manobra do Palácio do Planalto para emplacar o ministro Alexandre Moraes como substituto de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal. O texto, mais uma vez, é preciso.
CONFIRA A ÍNTEGRA DO ARTIGO…
“Brincando de Tom & Jerry com a mídia e todos aqueles questionando as intenções do governo, Presidente Temer alimentou a noção que a escolha do substituto de Teori Zavascki seria alguém de temperamento judicial próximo ao falecido magistrado e relator da Lava Jato. Lamentavelmente, a grande mídia se aferrou aos chamados “bastidores” e os balões de ensaio lançados na atmosfera rarefeita do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. Distraídos pela aparência deliberadamente criada sobre a inviabilidade da candidatura de Alexandre de Moraes, o xerife do Estado de São Paulo e do Governo Temer, posto em xeque diversas vezes por conta da violência excessiva diante de manifestações políticas e a resposta canhestra aos problemas gravíssimos de segurança, alimentados pela violência difusa do nosso sistema prisional.
Predisposição de agir como o mocinho das batalhas do bem contra o mal, possivelmente a motivação para tomar decisões apressadamente equivocadas e pronunciamentos controvertidos. Imagem danificada e rejeição do povo brasileiro suspeitando um viés anti-Lava Jato e subserviência partidária, não foram suficientes para dissuadir Temer de escolher Moraes pela lealdade pessoal e articulações com líderes políticos, muitos citados em investigações sobre corrupção. Implícito na escolha o desejo de gratidão que aparenta influenciar decisões de alguns de seus futuros colegas. Alexandre de Moraes não é um Teori Zavascki, não trocaram seis por meia-dúzia…
Esforços de demonizar magistrados e procuradores são hoje parte da caixa de ferramentas de políticos protegidos por foro privilegiado, advogando em benefício próprio e usando manobras espúrias para complicar a administração da justiça. Tentando anular o impacto das delações premiadas, ataques à mídia são um poderoso complemento para proteger aqueles prosperando sob a sombra da imunidade. Devemos demandar genuína reforma política e não nos enganar com prenúncios de retomada de crescimento econômico, esquecendo que o mal maior do nosso país ainda é a corrupção.”
Mais em http://palmarinaestrada.blogspot.com.br/2017/02/manobras-espurias.html