Analista alerta que Vital pode surpreender: “Não subestimem!”
Sempre antenado com o xadrez da política estadual, o professor Jônatas Frazão faz uma análise interessante sobre esse contemporâneo da campanha, que, pelo menos até o momento, tem se apresentado morna, mas poderá surpreender. Para o analista, o senador Vital Filho pode surpreender num cenário de polarização entre Ricardo Coutinho e Cássio Cunha Lima.
Frazão lembra que o tucano foi o que melhor entrou no processo eleitoral, com várias adesões. Fala que o governador iniciou a maratona eleitoral enfraquecido pelos muitos apoios que perdeu. Mas, Vital, segundo ele, Vital “entrou na disputa sem o desgaste da pré-campanha, absorvido em sua totalidade pelo irmão, Veneziano”, e ainda pode receber o PT como aliado de peso.
Confira o comentário na íntegra, sob o título “Cuidado! Não subestimem Vital…”
“Estou achando esta campanha muito parada. Tudo começou muito frio, diferente dos outros anos. Se na pré-campanha tivemos algo que nunca antes na história desse estado (!) havia acontecido, passado o período das convenções e registro de candidaturas, agora a Paraíba para, como se não houvesse uma disputa acirrada pela frente.
Eu também parei. Tenho observado a movimentação política dos candidatos a governador e confesso que tenho achado tudo muito estranho. Ao ponto de começar a imaginar cenários impensáveis e disputas bem diferentes daquelas que todos pensavam que iriam ocorrer.
Falemos de Cássio. Não restam dúvidas de que no período de pré-campanha foi quem melhor trabalhou. Conseguiu aglutinar partidos e apoios dos mais diversos e acabou na pole position do tempo de TV. Perdeu o apoio do amigo e senador Cícero Lucena, magoado por ter sido preterido no processo eleitoral. Mas ele deve saber o que está fazendo. Espero.
Falemos de Ricardo. Saiu enfraquecido. Com o governo na mão, perdeu o apoio de Rômulo, perdeu partidos importantes para Cássio, penou para conseguir um vice e teve que engolir Lígia Feliciano, que representa o significado de Damião Feliciano em Campina, mas não soma nada mais à sua chapa. E ainda tem a possibilidade de perder o PT na disputa judicial com o PMDB, o que seria um enorme baque em sua candidatura.
Agora falemos de Vital. Entrou na disputa sem o desgaste da pré-campanha, absorvido em sua totalidade pelo irmão, Veneziano, então pré-candidato até a última volta dos testes oficiais para o grande prêmio. Tem cacife nacional no PMDB e no PT e é provável que ganhe a queda de braço com o PT de Luciano e Lucélio – aliás, dupla que sai muito menor do que entrou nessa disputa.
A trajetória de Vital fala por si. Vereador em Campina Grande, deputado estadual, foi eleito deputado federal com a maior votação, dentre seus concorrentes, em 2006. De um simples deputado federal – mas com um mandato bem avaliado – passou à condição de senador, fato que não é considerado normal na política, pois o tapete azul, geralmente, é reservado para ex-governadores e políticos depois de testados em várias esferas.
Na eleição para o Senado, derrotou Cássio, Efraim e Wilson Santiago em João Pessoa, o maior colégio eleitoral do estado. Foi o segundo colocado no geral, perdendo para Cássio– que até hoje mostra os mais de 1 milhão de votos como troféu – por uma diferença de 134.682 votos. Cássio teve 1.004.183 votos e Vital, 869.501.
O detalhe é que Cássio foi para a disputa ao Senado com o cacife de três mandatos de prefeito em Campina Grande, dois de deputado federal, como ex-superintendente da Sudene e duas vezes governador. Vital foi vereador duas vezes, três vezes deputado estadual e uma vez deputado federal. Só. E teve o monte de votos que teve.
Diante do histórico de cada um, não tenho dúvidas de que teremos uma grande campanha pela frente. E se alguém aí pensar em subestimar Vital, pode estar incorrendo em grande erro. Não é à toa que ele é chamado pelos amigos mais próximos de superman. Será que o silêncio atual seria a busca por uma criptonita?”