O ministro Luís Roberto Barroso, de 67 anos, anunciou nesta quinta-feira (9/10) que deixará o Supremo Tribunal Federal ainda este mês. A aposentadoria, inicialmente prevista para 2033, quando completaria 75 anos, foi antecipada por decisão pessoal. Segundo ele, a saída será definida após um “retiro espiritual”.
Indicado ao STF em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff, Barroso construiu uma trajetória marcada pela defesa de direitos fundamentais e pela atuação em casos de grande repercussão. Entre eles, estão a suspensão de despejos durante a pandemia, a instalação da CPI da Covid, a restrição do foro privilegiado e a autorização do transporte público gratuito nas eleições de 2023.
Durante a presidência do Supremo, entre setembro de 2023 e setembro de 2025, Barroso adotou medidas para aproximar o tribunal da sociedade. Criou o Pacto Nacional pela Linguagem Simples, para tornar decisões mais acessíveis, e implementou ações voltadas à diversidade, sustentabilidade e acessibilidade dentro da Corte. Também ampliou o uso de ferramentas de inteligência artificial e a presença do STF nas redes sociais.
Com a saída de Barroso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve iniciar as articulações para indicar o novo ministro. O advogado-geral da União, Jorge Messias, é apontado como o nome mais forte para a vaga, por ter perfil técnico e alinhamento político com o governo. Também são cogitados o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ministro do TCU, Bruno Dantas, e o ministro da CGU, Vinícius Carvalho.
A escolha deve considerar fatores políticos e o cenário eleitoral de 2026.