O ex-presidente Bolsonaro deverá ter uma longa conveslença pela frente. É o que prevê o médico-chefe da equipe que realizou sua cirurgia, um procedimento que durou 12 horas, nesse domingo (13/04). Segundo o cirurgião Cláudio Birolini o ex-presidente“não tem expectativa de evolução rápida” na UTI do Hospital DF Star, de Brasília, onde segue internado.
“Não há grandes expectativas de uma evolução rápida. A gente precisa deixar o intestino dele descansar, desinflamar, retomar sua atividade, para só depois pensar em alimentação por via oral”, revelou o médico, em conversa com a Imprensa, na manhã desta segunda-feira. A previsão é de que Bolsonaro siga internado por ao menos duas semanas.
Estado clínico – Segundo relatou Birolini, “o ex-presidente tinha um abdome hostil, com muitas cirurgias prévias, aderências causando um quadro de obstrução intestinal, uma parede abdominal bastante danificada em função da facada e das cirurgias prévias”, por isso, a previsão demorada de alta, em função da possibilidade de que novas aderências possam se formar no intestino, aumentando o tempo de recuperação.
Ele também falou sobre a origem do problema: “O ponto de início é a facada, as cirurgias iniciais e, posteriormente, as outras cirurgias. Todas elas têm um fator que tem um papel no quadro atual. O objetivo dessa cirurgia foi reverter todos esses fatores que poderiam contribuir para uma nova ocorrência para um quadro assim. O ponto inicial que fique claro para todos que foi a facada.”
Última crise – O ex-presidente passou mal, na última sexta-feira (11/04), em Tangará, interior do Rio Grande do Norte, onde iria participar de um evento político. Segundo a direção do PL, Bolsonaro estava divulgando o Projeto Rota 22, se sentiu indisposto e foi levado pra emergência do Hospital Municipal Aluízio Bezerra, em Santa Cruz.
De Santa Cruz, Bolsonaro foi transportado em helicóptero do Governo do Estado, cedido pela governadora Fátima Bezerra. Além de fortes dores, o ex-presidente apresentou dificuldades para comer e na digestão, por conta de uma distensão intestinal.
De Natal, Bolsonaro então foi conduzido para o Hospital DF Star, em Brasília, onde foi internado ainda no sábado. Com o resultado dos exames, a equipe médica decidiu realizar o procedimento cirúrgico, o 7º desde que sofreu a facada na eleição de 2018.