ARREMATE DO DIA – O eleitor meio azarado de Antônio Mariz
Contado por Hermes de Luna. Nilsinho, de Cajazeiras, era um eleitor que nunca foi a um comício, detestava campanha política e mal votava nos candidatos do esquema de seu pai. E ainda por cima, tinha a fama de azarado. Evitava sempre de qualquer maneira de comparecer às grandes concentrações, porque se algo desse errado era sempre com ele.
Mas, na campanha de 94, de repente e de forma surpreendente, ele se entusiasmou com a campanha de Antônio Mariz. Tanto estava empolgado que resolveu participar de seu último comício em Cajazeiras.
Os amigos ainda desconfiados se ele ia ou não, foram até a casa de sua mãe conferir. Mas, antes de irem ele foi logo avisando: “Eu sou meio sem sorte, e espero que não aconteça nada de ruim, porque se ocorrer vai ser comigo.” Os amigos: “Isto é superstição.” E se foram.
Mas, logo que iam cruzando a rua, Nilsinho deu uma topada, que quase arrancou o dedão do pé. Zoada grande, gemendo de dor: “Tá vendo? Eu não disse?” Mais que depressa fizeram um curativo e tanto que ajeitaram que ele terminou indo pro comício, com ele resmungando: “Sou azarado…”
Lá pelas tantas, começou uma confusão no meio da multidão. Ele não contou conversa. Pegou uma banda de tijolo e jogou bem onde estava o burburinho.
Terminou o comício, sem nada mais acontecer, foram embora. Quando chegaram defronte à casa de sua mãe, estava coalhada de gente. Ele se espantou: “Oxente, que danado é isso?” Lá de dentro, alguém respondeu: “Foi um gaiato no comício de Mariz que atirou uma banda de tijolo e acertou logo na sua mãe. Coitada, ela tá com a cara toda inchada…”