ARREMATE DO DIA – O que vem de baixo também atinge
Contado por Wellington Aguiar. Tem político que adora andar nos braços do povo durante as campanhas. Era muito comum o candidato se dirigirem para o palanque pelo meio da multidão, trazido nos ombros de fiéis carreteiros. Como um santo em cima do andor, acenando os braços. Ainda hoje, é sinal de prestígio em muitos locais do interior.
Numa eleição em Santa Rita, por exemplo, Marcus Odilon, uma das maiores lideranças do município, cansou de andar nos braços dos assessores, em tudo quanto é lugar. Quando o comício começava, lá vinha ele se balançando nos braços dos cabras suados, carregando o seu peso bem pesado.
Certo dia, ele terminou um comício e estava com as feições fechadas. Os assessores preocupados, perguntavam ao candidato: “O que é que está acontecendo, afinal a campanha vai de vento em popa?” Odilon, soltando cuspe para todo lado: “Vai tu ser carregado nos braços!” O assessor: “Oxente, e não é bom, não?” O candidato, encerrando a conversa revoltado: “Ser carregado até que é bom, mas o danado são as dedadas que a gente leva!”