ARREMATE DO DIA – Ronaldo, o promotor afoito e o pau do crime
O júri de Doutor, segurança da Câmara de Campina Grande, foi um dos mais concorridos da cidade. Sobretudo porque quem estava na defesa era Ronaldo Cunha Lima. Doutor assassinara um desafeto com um pedaço de pau na feira central. A vítima ainda socorrida para o hospital, onde se submeteu a uma pequena cirurgia na cabeça, e voltou para casa vivo. Mas, dois dias depois, morreu.
A autópsia revelara hematomas na cabeça, no tórax e ferimentos na genitália, tratados com mercúrio-cromo. Ronaldo procurou o médico legista, para se informar sobre o exame. O médico explicou que os hematomas eram provenientes de fortes pancadas, que poderiam ter sido desferidas pôr Doutor com o pedaço de pau. Mas, os ferimentos da genitália foram resultado de uma depilação malfeita.
No júri, o promotor deitou e rolou, dizendo que o assassino era frio, calculista e violento, e que desferira vários golpes contra a vítima, mesmo quando já estava no chão, inclusive atingindo os testículos. Os jurados ficaram impressionados.
E para coroar, o promotor ainda provocou Ronaldo, que era então deputado: “Quero ver o nobre deputado dizer que o réu é inocente!”
Ronaldo então começou a defesa, explicando que os dois eram inimigos, e quando se encontraram terminaram brigando e que Doutor, para se defender, batera o pau nos peitos da vítima, que ao cair bateu com a cabeça no meio-fio onde se machucou realmente.
O promotor, então, não se conteve: “E os testículos, advogado?” Ronaldo respondeu na hora: “Calma, promotor, eu nem cheguei no pau ainda!”