As opções de Agra depois do xeque em Ricardo

No jogo de xadrez, muitas vezes um jogador tem apenas uma opção como estratégia, mas mexe numa pedra e muda completamente sua sorte numa guerra. Foi o que ocorreu com o prefeito Luciano Agra, ao se desfiliar do PSB, na manhã desta segunda-feira (dia 18).

Enquanto estava no partido, sua única opção era violentar sua vontade pessoal e votar em Estelizabel Bezerra. Era votar em Estelizabel ou ser punido por infidelidade partidária, conforme já havia ameaçado o governador Ricardo Coutinho, seu criador e mandatário-mor.

Porém, ao deixar o PSB, abriu-se um leque de possibilidades para Agra. Ele poderia, por exemplo, se aliar ao PMDB de Zé Maranhão. Uma possibilidade tentadora. Inclusive indicando o vice, quem sabe o próprio Nonato Bandeira. Capaz até de decidir o destino das eleições.

Poderia, em outra mão, seguir com o senador Cícero Lucena. Apesar de crítico contumaz do modelo girassol de administrar, Cícero não é inimigo pessoal de Agra. Não seria de espantar que houvesse essa união, o que aliás causaria tremendos estragos políticos ao governador.

Há uma terceira possibilidade, que seria apoiar ao PT. Existem grandes afinidades entre PT e PSB. Se bem que o PT, como se sabe, está dividido e Agra iria, inclusive, encontrar aliados de Ricardo dentro do partido, algo que certamente gostaria de evitar por enquanto. Eles não dariam paz.

Há ainda a quarta possibilidade, que seria se filiar ao PPS e assumir a candidatura de Nonato Bandeira. Se fizer, por exemplo, com que Nonato tenha mais votos do que Estelizabel já seria uma vitória pessoal sobre RC e mostraria como estava certo em insistir na tese da reeleição.

Essa última opção talvez a mais racional. Assumiria o comando do PPS, teria um partido pra chamar de seu, e ainda poderia disputar o que quisesse em 2014. Até mesmo uma candidatura majoritária ao Senado ou ao Governo. Só iria depender de sua musculatura até lá.

Então, é compreensível que Agra esteja rindo à toa. Se antes dependia da vontade soberana e absoluta do governador, agora depende apenas de si próprio para definir seu destino. Caso não cometa mais erros, nem fique indo e voltando, poderá decidir as eleições em João Pessoa e se credenciar para 2014.