ARREMATE Asfora e a troca de gentilezas no plenário
Contado por Asfora Neto. Durante sessão de 11 de abril de 1986, da Câmara Federal, então presidida pelo deputado cearense Flávio Marcílio (antigo PDS), o paraibano Raymundo Asfora (MDB) fazia uma crítica dura ao regime militar.
Dizia: “E pensar (naquele tempo) era transgredir. E era o pescoço do oprimido contra a forca do opressor. E era o mando que se degenerava em desmando. E por aí foi o brasileiro Golpe Militar que se batizou de Revolução de 31 de Março. Revolução, vírgula! De fato, uma ditadura que se escreve como todas as demais…”
Foi aparteado pelo deputado capixaba Aretuzo Lavajaro (PDS), que, no afã de defender o regime militar, tentou ofender Asfora, ironizando sua fama de bebedor de uísque: “Nobre deputado Asfora, vou oferecer a vossa excelência, algo útil: um copo de leite!”
Asfora, nem se abalou: “Em retribuição, ilustre deputado Lavajaro, brindarei vossa xxcelência com um livro…” O plenário quase veio abaixo.