Assembleia adia votação do pedido de empréstimo da Cagepa
A novela continua. Depois de muita discussão em plenário, o presidente Ricardo Marcelo decidiu adiar a votação do parecer do deputado Vituruano de Abreu, da Comissão de Orçamento, sobre o pedido de aval do Governo para a Cagepa contrair empréstimo de R$ 150 milhões. A matéria só deverá ser apreciada em plenário na próxima semana.
O problema foi que o líder do Governo, deputado Hervázio Bezerra, não protocolou, dentro do prazo legal, o recurso contra o parecer de Vituriano de Abreu, que é contra a concessão de aval do Governo para o empréstimo. Desta forma, o recurso só poderá ser votado na próxima sessão ordinária, prevista para ocorrer na quarta-feira.
Logo cedo, vários servidores da Cagepa se postaram em frente à Assembleia, para pressionar os deputados a votarem pelo empréstimo. Alguns parlamentares chegaram a se queixar da insegurança na Casa para a votação. Já nas galerias, os funcionários da empresa voltaram a se manifestar. O clima ficou tenso na Casa e houve bate-boca entre deputados de oposição e situação.
Para derrubar o parecer contrário do deputado Vituriano de Abreu ao pedido de aval do Governo do Estado para o empréstimo de R$ 150 milhões da Cagepa serão necessários 22 votos, segundo enfatizou o presidente Ricardo Marcelo, lembrando: “É o que diz o regimento da Casa, porque o parecer foi por inadequação orçamentária.”
O deputado Gervásio Filho, presidente da Comissão de Orçamento, voltou afirmar que “os paraibanos não podem, nem devem ser responsabilizados portodo desmantelo da Cagepa, pois, no final, quem irá pagar esses empréstimos é a própria população. O governo até agora não cobrou os R$300 milhões dos devedores, mas quer esse novo empréstimo para quitar dívidas com o banco”.
Gervásio também voltou a lembrar que o atual Governo já contraiu, somente este ano, mais de R$ 30 milhões em empréstimos, inclusive com o Banco Gerador, de Pernambuco, em “condições absurdas, pagando juros altíssimos e se submetendo até mesmo ao pagamento de comissão de 10% sobre o valor da operação, e tudo isso será pago pelo consumidor”.