ATO FALHO LASTIMÁVEL (vídeo) O dia que o Papa revelou o que realmente pensa do Brasil
Não creio que tenha sido propriamente uma afronta ao Brasil, meu caro Paiakan. Mas, com certeza, foi uma chacota inoportuna que, por óbvio, não pegou bem.
Especialmente pelo fato do Papa Francisco ser hermano, e a Argentina não passar exatamente um bom momento na crise sanitária. Nem teria como falar dos outros, sem reparar o seu próprio quintal.
Foi também um ato falho que revela como o Papa pensa realmente em sua intimidade sobre o Brasil. O que é de entristecer, considerando que somos uma das maiores nações católicas (que restam) do mundo.
Imagina se um eventual papa brasileiro desse uma declaração semelhante em relação à Argentina. Difícil imaginar que seria perdoado e ficaria tudo por isso mesmo.
Nós, brasileiros, somos por demais tolerantes. Não temos os brios suficientes para reagir com a dimensão adequada. Até para fazer o pontífice refletir muito no futuro, antes de falar do País.
Não admira que, se hoje ainda há 50% de católicos no País, já há 31% de evangélicos e em crescimento. Previsões apontam que os evangélicos devem superar católicos até 2032 no País.
Só lembrando que, em 1940, por exemplo, os católicos representavam 95% dos brasileiros, contra, naquele momento, 2,7% de evangélicos.
Nem entro no mérito, meu caro Paiakan, se essa tendência é melhor ou pior para o País, mas, com certeza, há algo está errado na condução de Roma.
Um Papa, mesmo sendo Papa, não tem direito de desrespeitar um povo. E ele foi desrespeitoso quando, sem máscara, zombou: “Vocês não têm salvação. Bem muita cachaça e rezam pouco.”
Nem todos os brasileiros vivem de beber cachaça. Há personagens da nossa política que têm essa predileção, como amplamente conhecido. Mas, nem todos. Sequer a maioria.
Resumindo, meu caro Paiakan: não como não externar no mínimo desconforto com as declarações do Papa.
Episódio – As declarações do Papa foram dadas, quando abordado pelo padre paraibano João Paulo Victor, durante encontro do pontífice com fiéis no Vaticano. João Paulo Victor está de retorno à Paraíba, para assumir paróquia de Campina Grande, após curso de mestrado em Roma.
Foi realmente inexplicável, como aliás declarou o padre, após a fala do Papa: “Viver aquele momento da melhor forma possível é o que importa para mim. Principalmente para nós brasileiros, que estamos vivendo momentos tão difíceis. Na Paraíba, inclusive, com o aumento de casos do coronavírus. Então, foi um momento inexplicável, que não tenho conceitos racionais que possam explicar.”