ÁUDIO Azevedo decide manter Cruz Vermelha gaúcha no Trauma apesar de denúncia da Operação Calvário
O governador João Azevedo, pelo que deu a entender, durante entrevista à Imprensa, pretende manter o contrato de terceirização do Hospital de Trauma com a Cruz Vermelha gaúcha, a despeito da Operação Calvário, que identificou irregularidades e desvios de recursos públicos por pessoais infiltradas na ONG, que resultou, inclusive, na prisão de doze diretores, um dos quais em João Pessoa.
A Calvário foi uma operação conjunta realizada pelos Ministérios Públicos da Paraíba e do Rio de Janeiro cumpriu, em dezembro (dia 14), vários mandados de prisão, busca e apreensão, contra supostos integrantes “organização criminosa” aninhados na CV, que teriam desviado algo em torno de R$ 1,1 bilhão.
Conforme as investigações, a organização criminosa vinha atuando, a partir da gestão de unidades de saúde em várias unidades hospitalares do País, no período entre julho de 2011 até dezembro de 2018. Na Paraíba, como se sabe, a Cruz Vermelha gaúcha terceirizou o Hospital de Trauma, e foi alvo de contestação, não apenas do Tribunal de Contas do Estado, mas também da Procuradoria do Trabalho.
O valor desviado em todo o País deve superar a quantia até agora apura, uma vez que, somente na Paraíba, a Cruz Vermelha gaúcha faturou em torno de R$ 1 bilhão, desde que foi contratada pelo governador Ricardo Coutinho, em junho de 2011. Na ocasião (governo Zé Maranhão), o Hospital de Trauma era gerido por pouco mais de R$ 4 milhões. De cara, o governo RC contratou a Cruz Vermelha gaúcha por R$ 8,2 milhões.
Desde então, o valor só tem aumentado. Em agosto último, os valores mensais já ultrapassavam R$ 12,2 milhões e os valores totais repassados já somavam mais de R$ 822 milhões.
Na entrevista (confira abaixo), João Azevedo afirma que a Operação Calvário só teria encontrado irregularidades nos contratos da Cruz Vermelha com alguns de seus fornecedores, não com o governo do Estado, o que não justificaria, pelo menos em tese, romper o contrato de terceirização do Trauma com a ONG.
Propinas – Durante a reportagem da Globo News sobre a Operação Calvário, o repórter André Coelho, revelou, a partir de informações do Ministério Público do Rio de Janeiro, que “a quadrilha atuava na Paraíba com o pagamento de agentes públicos”. Os nomes não foram declinados, mas sabe-se que a organização operava sacando dinheiro em espécie para realizar os pagamento. (Mais em https://goo.gl/DfneEX, a partir do momento 4:30)
Doações a campanha – O detalhe mais curioso dessa história escabrosa foi a revelação de que Jaime Gomes da Silva, um parente bem próximo de Daniel Gomes da Silva, por uma razão ainda não explicada, doou nada menos do que R$ 300 mil ao então candidato Ricardo Coutinho na eleição de 2010. Em julho do ano seguinte, a Cruz Vermelha gaúcha fechou o contrato com seu governo.
Denúncia antiga – Conforme publicou o ClickPB em 2013, “Jaime Gomes da Silva, tio de Daniel Gomes da Silva, um português de 76 anos, fez uma transferência em dinheiro no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) a título de doação de campanha de Ricardo Vieira Coutinho. O depósito foi feito pelo irmão do proprietário da Toesa Service (David Gomes)”. (Mais em https://goo.gl/uJVFbQ).
CONFIRA ÁUDIO DO GOVERNADOR JOÃO AZEVEDO…