ÁUDIOS Ricardo Coutinho critica condução política de Azevedo, ataca G10 e Galdino reage: “Declarações desnecessárias, somos 100% João”
Quando houve a decisão de romper politicamente com o então prefeito Luciano Agra, em 2011, Ricardo Coutinho chegou a ironizar seu ex-aliado, dizendo que ele merecia “umas tapinhas num bum-bum”, afora várias outras hostilidades. Tudo porque Agra adotou iniciativas, como aumento de salários para servidores em índice acima do proposto pelo então governador RC e o desejo de disputar a reeleição.
Pois bem, meu caro Paiakan, a bola da vez é o governador João Azevedo. Bastou Azevedo adotar um estilo mais democrático de lidar com os deputados estaduais, inclusive respeitando o chamado G10, integrado por parlamentares de abordagem legislativa mais crítica, para o ex Ricardo Coutinho ficar injuriado. Nos últimos dias, percorreu 500 quilômetros, para mandar um duro recado a João e ao G10, em Cajazeiras.
Mandou João enquadrar os deputados. Tudo porque, segundo comentários de bastidores na Assembleia, ele ainda não engoliu ainda a derrota de seu candidato Hervázio Bezerra para Adriano Galdino, na disputa pela presidência da Assembleia. O recado foi duro, e o próprio Galdino que, de alguma forma, lidera o grupo, respondeu, afirmando que as declarações do ex foram “desnecessárias, porque o G10 é 100% João”. Mas, não é 100% Ricardo, está claro.
Apesar de que, pelo que circula nos bastidores, o maior ressentimento do ex Ricardo Coutinho seria por conta do afastamento do chamado núcleo duro ricardista do governo. Além de Livânia Farias, Gilberto Carneiro, Waldson de Sousa, Cláudia Veras e, obviamente, a companheira Amanda Rodrigues. Dai, as recentes manifestações de militantes em reunião do PSB de ataque frontal a Azevedo.
Aliás, em Cajazeiras, o ex Ricardo Coutinho teve o destemor de afirmar que fez “pouquíssimas indicações para o governo” de João Azevedo. Uma declaração, sem dúvida, assombrosa. Toda a Paraíba sabe como o time de auxiliares anunciado por João, ao tomar posse, não passava de um papel carbono do governo anterior.
O pior é que o governador João Azdvedo sabe como, quanto mais o tempo passa, mais ele irá precisar assumir uma identidade própria porque, muito certamente, as investigações da Operação Calvário vão avançar e chegar a mais integrantes do governo. Ou seja, mais aliados de Ricardo Coutinho. E, no fim, João corre o risco de ele próprio ser engolido pelo escândalo que ele provavelmente não contribuiu tanto para criar.