Azevedo e a difícil missão de defender o Governo RC em áreas como Segurança, Educação, Saúde e aumento de impostos
João Azevedo é um engenheiro respeitado, professor (do IFPB) conceituado e, apesar de todas as incertezas, terminou por ser homologado candidato ao Governo, pelo PSB. Portanto, não terá muita dificuldade para defender sua biografia. Seu maior problema será apresentar-se como candidato de Ricardo Coutinho, defender seu Governo e evitar a imagem de que, uma vez eleito, seria um mero teleguiado do governador.
João deverá explorar o aporte de obras que a mídia oficial tem anunciado como feitos do atual Governo, especialmente em rodovias. Claro que são projetos e recursos obtidos por Governos anteriores, mas RC teve o mérito de realizar. Se bem que, em muitos casos, as obras apresentaram uma qualidade pra lá de questionável. Cite-se apenas o exemplo da PB-030, de Pedras de Fogo à BR-230, que se desmanchou em buracos com menos de três meses de inaugurada.
Como candidato do Governo, Azevedo terá também de explicar a gestão ricardista em áreas essenciais como Segurança, Saúde, Educação, Desenvolvimento e Funcionalismo. Da Segurança, há pouco a falar. Os fatos falam por si. Mesmo o governador tendo afirmado, quando candidato, que era só questão de gestão, e que resolveria o problema da violência em seis meses, não há quem, em sã consciência, aprove o que o Governo fez nesse quesito.
Na Saúde, o que se testemunhou foi um processo de terceirização pouco explicado. Por exemplo: o Hospital de Trauma terceirizado para a Cruz Vermelha gaúcha. Quando Ricardo Coutinho assumiu o Governo, em janeiro de 2011, o orçamento do Hospital era de R$ 4 milhões/mês. Sete anos depois, passou a R$ 13 milhões/mês, ou seja, triplicou o orçamento, num período em que a inflação ficou abaixo dos 45%, e o atendimento não experimentou melhora, como se sabe bem.
Na Educação, o desastre foi um pouco maior. O governador teve a audácia de fechar mais de 300 escolas. Muitos desistiram de estudar, dizem números do MEC. Também terceirizou mais de 560 escolas, o que se assemelha a um atestado de incompetência para gerir pela via pública. E, para coroar sua estratégia na área, promoveu uma perseguição orçamentária à Universidade Estadual da Paraíba, pondo a instituição, um patrimônio do Estado, numa crise sem precedentes.
Na área econômica, poucas vezes se viu um governador criar e aumentar tantos impostos. A Paraíba, ao longo dos últimos sete anos, promoveu, proporcionalmente, um dos maiores arrochos fiscais do País. O resultado foi a evasão de empresas e o aumento do desemprego. E teve ainda sua quebra de braço com o funcionalismo. Em sete anos e meio, num período de inflação beirando aos 50%, os servidores estaduais tiveram reajustes pouco acima de 10%. Difícil explicar, especialmente quando houve considerável aumento de receitas.
Ou seja, não será fácil a missão de João.