BALANÇO DA CALVÁRIO… Levantamento revela que nas 24 denúncias foi desviado mais de meio bilhão, segundo Gaeco
Bate na casa de meio bilhão de reais o desvio que teria sido provocado nos cofres públicos do Estado, de acordo com levantamento realizado pelo Ministério Público, durante o governo Ricardo Coutinho.
São 24 denúncias e várias ações judiciais remanescentes da Operação Calvário apontando os delitos cometidos pela suposta organização criminosa desbaratada pelo Gaeco. As primeiras 23 denúncias, reveladas pelo Gaeco, já apontavam desvio de precisamente R$ 434.026.009,15.
Na nova denúncia, o Gaeco aponta Ricardo Coutinho e seu irmão, Coriolano, como responsáveis por irregularidades na Loteria do Estado da Paraíba durante a sua gestão como governador da Paraíba. Segundo o Gaeco, Coriolano aparece com pretenso sócio oculto, após barrar O Bilhetão (que pertencia a Daniel Gomes da Silva) a pedido de Ricardo Coutinho.
Com essa nova denúncia, de número 24, o valor ultrapassa os R$ 500 milhões.
Histórico – Desde dezembro de 2018, quando foi deflagrada a Operação Calvário, foram realizadas 12 fases, que resultaram em 24 ações penais, nas quais o ex-governador Ricardo Coutinho já é réu em pelo menos 13. Planilha liberada pelo MP revela um balanço do rombo beira à casa do meio bilhão de reais.
A planilha divulgada envolve 173 investigados, que teriam promovido desvio estimado de R$ 434.026.009,15 dos cofres públicos, por parte de uma suposta organização criminosa, que foi liderada Ricardo Coutinho, segundo o Gaeco, e de acordo com delações de Livânia Farias, Ivan Burity e o lobista Daniel Gomes da Silva. “Apenas” cerca de R$ 144 milhões foram, até o momento, retidos por determinação judicial.
Além do ex-governador Ricardo Coutinho, também foram tornados réus seus irmãos Coriolano, Valéria, Viviane e Raquel Coutinho, afora ex-secretários Ivan Burity, Waldson Souza, Livânia Farias e Gilberto Carneiro. Na fase 7 da Calvário foi decretada a prisão de Ricardo Coutinho.
Pra relembrar – A Operação Calvário 7 foi deflagrada em 17 de dezembro de 2019. Foram 17 prisões preventivas (das 27 pedidas pelo Gaeco) decretadas pelo desembargador Ricardo Vital, que ainda determinou 54 mandados de busca e apreensão em vários endereços, como o Palácio da Redenção, o Canal 40 e a Granja Santana. Dentre os presos, o ex-governador Ricardo Coutinho.
A operação mobilizou mais de 370 policiais federais e integrantes do Gaeco, Ministério Público Federal e Controladoria Geral da União, e ocorreu também no Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro. Apenas neste núcleo, estimou-se desvio de recursos públicos na ordem de R$ 134,2 milhões, dos quais mais de R$ 120 milhões teriam sido destinados a agentes políticos e às campanhas eleitorais.
(mais da Operação Calvário 8 em https://bit.ly/3UYRssz)