Biruta de aeroporto: governador assedia Maranhão, lança Azevedo e escanteia Lígia
O governador Ricardo Coutinho, de um lado, assedia o senador Zé Maranhão (a quem até um dia desses ele e sua militância ruidosa chamavam de golpista), na esperança de contar mais uma vez o apoio do escaldado PMDB, mas, de outro, sinaliza pela candidatura do secretário João Azevedo (Infraestrutura) ao Governo do Estado. Comportamento tipo biruta de aeroporto. Vai pro lado que o vento sopra.
Não chega a ser estanho o comportamento errático do governador. Sabe que já iniciou a trajetória de final de Governo, vê o poder escapar, e, mais que isso, não encontra um candidato realmente competitivo para indicar. Ou, como diria o vice-prefeito Manuel Júnior, não consegue formar em seu laboratório um quadro com condições de entrar na disputa com reais condições de competir.
Mas, sua estratégia torna-se, a cada dia, mais evidente. Como sua única alternativa é dividir as oposições, então mimoseia Maranhão com todas essas juras de apoio, e oferece, na verdade, uma mercadoria que jamais teve pra dar, que é lealdade. Com Maranhão, em especial, mal terminou a eleição de 2014, cuidou de tentar humilhar o senador, fazendo sua mídia divulgar listas de indicados do senador. É a síndrome do escorpião.
Quando se fixa em João Azevedo, como demonstrou tão claramente durante inauguração do contorno de Guarabira, no final de semana, o governador só revela a pobreza de opções a seu dispor. Já tentou os deputados Veneziano, Gervásio Filho, Buba Germano e Estela Bezerra. Não surtiu efeito. Tentou o senador Raimundo Lira, e, igualmente, não funcionou. Então, só resta João, como ocorreu ano passado quando na disputa pela Prefeitura. E deu no que deu.
O detalhe é que não consegue se lembrar da vice, Lígia Feliciano.
Guarabira – Em Guarabira, o governador escancarou sua preferência por Azevedo: “Quero abraçar o comandante desse processo todo, que é exatamente o secretário João Azevedo. Desde a prefeitura de João Pessoa, eu tive e tenho em João uma pessoa chave para coordenar as coisas. Seria muito difícil eu como governador realizar tudo isso, sem ele.”