“Boa parte de escândalo da saúde denunciado no Fantástico se aplica à PB”, diz procurador
O programa Fantástico, da Rede Globo, trouxe neste domingo (dia 8), extensa reportagem apontando falhas e corrupção no sistema de terceirização de saúde pelo País afora. O pagamento de propinas começa com 10% dos valores contratados. Segundo o procurador Eduardo Varandas (Trabalho), “uma boa parte da reportagem do fantástico se aplica à Paraíba…”
Segundo a reportagem, durante duas semanas, o repórter Eduardo Faustini, no Fantástico, ocupou duas salas num prédio comercial em Salvador, e se apresentou como representante de prefeituras. “Foi assim que ele recebeu diversas propostas irregulares de cooperativas médicas e organizações que atuam na área da saúde”, diz a reportagem. (Mais em http://glo.bo/J6ELss).
“Veja o resultado das cooperativas, os e oscips na saúde pública… Lutamos desde 2006 para evitar que o caos se instalasse neste Estado, todavia o Governo persiste no erro… Alguém tem coragem de dizer que a terceirização na saúde funciona?” Pontuou o procurador Eduardo Varandas ao Blog, e ainda faz um desafio: “Fala secretário de saúde Waldson de Souza!”
Reportagem – Eis o que diz um trecho da reportagem do Fantástico: “O repórter pede que a executiva (de uma Oscip) tome por base um hospital com folha salarial de R$ 500 mil e quer saber qual seria o valor total do contrato. Cláudia soma a folha, os impostos e a taxa administrativa da cooperativa.
(executiva) Claudia: O contrato seria no valor de R$ 735 mil: R$ 500 mil é de folha. A gente paga a folha, o resto a gente paga de imposto e tem 7% da taxa administrativa.
E ela faz uma proposta ilegal: “Desse valor aqui, se você quiser, dá para a gente botar 10% em cima de cada contrato”.
É como se fosse uma “taxa de indicação”. Em português claro, propina.
Claudia: 17%: 7% da cooperativa e 10% para a parte da pessoa que fizer a indicação, tipo você, entendeu? Vamos fazer uma parceria minha e sua. Os municípios que você indicar que a gente fechar, eu fico com a parte de 7% e você com a parte de 10%.”
Na Paraíba – A reportagem não faz menção ao caso da Paraíba. Mas, apenas a título de esclarecimento, sabe-se que o contrato do Governo do Estado com a Cruz Vermelha gaúcha gira em torno de R$ 8,8 milhões/mês, conforme atestaram deputados da Comissão da Saúde, em recente visita ao Hospital de Trauma, administrado por esta ONG.