BRUNO ERNESTO Juíza ainda não se manifestou sobre pedido de promotor para arquivar o inquérito
A juíza Francilucy Rejane Sousa Mota (2º Tribunal do Júri) ainda não se pronunciou, pelo menos até a tarde desta segunda (dia 12), no inquérito que apura as circunstâncias do assassinato de Bruno Ernesto. Como se sabe, o promotor Marcus Leite já emitiu seu parecer pelo arquivamento. Os pais de Bruno, Inês e Ricardo Figueiredo de Moraes, inclusive, impetraram pedidos de suspeição do promotor e da juíza.
Não há um prazo para que a magistrada venha a se pronunciar. Ela pode, tanto acatar o pedido do promotor e concordar com o arquivamento, como pode denunciar os suspeitos investigados no Inquérito 1.200, pelo Ministério Público Federal, em processo que tramitou no Superior Tribunal de Justiça, e desceu para o Judiciário da Paraíba, depois que o ex Ricardo Coutinho perdeu o foro privilegiado.
Suspeição – Os advogados Aluízio Lundgren Corrêa Regis e Herman Lundgren Corrêa Regis argumentam, em seu pedido de suspeição, que o promotor tem uma proximidade óbvia com o investigado Ricardo Coutinho, já que é genro de Carlos Pereira, superintendente do DER, e um dos auxiliares mais ligados ao ex-governador, além de ser primo do secretário Hervázio Bezerra, que foi líder do governo RC.
Quanto à juíza Francilucy, a argumentação fundamenta no fato dela ser nora da Emília Brandão, vice-prefeita de Mataraca, filiada ao PSB, e uma das militantes mais próximas do ex-governador, conforme atesta farta documentação anexa. Como se sabe, Marcus Leite emitiu parecer pelo arquivamento do processo investigatório contra Ricardo Coutinho. Francilucy ainda não se manifestou nos autos.
A mãe – “Eu espero, há sete anos, que a Justiça dê uma resposta ao bárbaro assassinato de meu filho, diante de todo um arsenal de indícios de execução, a começar pelo fato de que a arma e as munições utilizadas no crime que eram de propriedade do Estado e o governo, em nenhum momento, se manifestou sobre o assunto, e sequer deu satisfações à sociedade”, declarou Inês.
O crime – Quando foi assassinado (em 7 de fevereiro de 2012), Bruno Ernesto era diretor de Infraestrutura e Suporte da Prefeitura de João Pessoa, por isso sua inevitável associação com o escândalo do Jampa Digital, já que ele era um dos coordenadores do programa que, dois anos depois, foi escândalo nacional, com uma extensa reportagem do Fantástico (Rede Globo). Mais em https://goo.gl/q8u8Jd.
Naquela noite de fevereiro, por volta das 19h, Bruno foi sequestrado pela quadrilha próximo à sua residência, no bairro dos Bancários, colocado na mala do próprio carro (um Corsa Sedan) e levado a uma área deserta da Zona Sul. Após se apropriarem de seus bens, inclusive um notebook, ele foi assassinado com um tiro na nuca, mesmo pedindo para não ser morto. Revelação de um dos criminosos.
Também restou comprovado que eles sabiam de toda a rotina de Bruno, antes de executar o plano. Tinham, como se suspeitou, informações privilegiadas sobre seu trajeto.
Eles foram presos, quando dirigiam o carro por um bairro de João Pessoa. Segundo o inquérito, concluído poucos meses depois, o caso foi de latrocínio. Os sete foram julgados e condenados, com pena máxima. E o caso foi dado como encerrado.
Execução – O tiro na nuca, para a Polícia, é sinal de execução. Às vezes, por encomenda. Em entrevista à Imprensa, alguns bandidos chegaram a admitir terem sido contratados para realizar “o serviço”.
Mais sobre a reportagem com entrevistas com os bandidos em http://goo.gl/Terk9f