Cachaça para o velório
O comerciante Juca Jordão já estava fechando sua mercearia, quando chegou esbaforido um cliente. E era exatamente Ezequiel, conhecido na cidade do Congo como caloteiro: “Juca, meu faça uma exceção. Meu pai morreu e preciso de cachaça, bolacha e café pro velório.” Sensibilizado, Juca vendeu fiado.
Houve o velório, a missa de sétimo dia e nada. Na missa de trigésimo dia, Juca se encontrou com Ezequiel e cobrou: “A bolacha e o café eu até dispenso, mas não posso deixar de cobrar a cachaça.”
Ezequiel, acossado pela cobrança diante de vários amigos, disparou: “Ora, deixe disse, Juca. Será possível uma coisa dessas? Eu perdi meu pai e você não pode nem perder uma garrafa de cachaça?…”