CACHIMBO DA PAZ Branco e Galdino superam divergências e reeleição do presidente pode ser por consenso
Após dias de turbulências, eis que a paz foi estabelecida entre os deputados Adriano Galdino e Branco Mendes. Os dois acertaram as diferenças durante encontro realizado nessa terça (3/01), quando Branco aceitou retirar sua candidatura a presidente da Assembleia, para apoiar a reeleição de Galdino.
Com isso, Galdino será candidato, tanto ao 1º, quanto ao 2º biênio. Branco, ainda de acordo com comentários de bastidores, deverá ser o próximo corregedor-geral da Casa. Galdino caminha, agora, para uma reeleição tranquila, que pode ser, inclusive, por consenso dos 36 deputados. Pelo menos é o que o deputado aguarda.
A eleição da Mesa Diretora da Assembleia acontecerá, em 1º de fevereiro, por votação aberta, logo após a posse dos deputados eleitos e reeleitos. Galdino já teria, a preço de hoje, 34 assinaturas dos 36 deputados estaduais para sua candidatura nos dois biênios.
Histórico – Branco chegou a anunciar que seria candidato de todo jeito, após Galdino submeter à Casa e aprovar uma PEC autorizando sua reeleição. Branco chegou a acusar Galdino de traidor e o clima ficou pesado entre os parlamentares. Mas, pelo visto, há paz e a eleição em fevereiro não deve ter novidades.
Após a superação das divergências, Branco divulgou uma nota, externando suas posições. Confira íntegra:
É lamentável permitir que uma amizade desapareça ao invés de encarar o conflito. Contudo, acredito que o restabelecimento do relacionamento carrega prioridade, sobretudo por aquilo que encaramos durante os últimos anos. Perdemos familiares, amigos e nos isolamos de tudo e de todos em razão de uma pandemia avassaladora que assolou o mundo inteiro.
No último ano, perdemos pessoas de grande relevância mundial, a exemplo da rainha Elizabeth, do rei Pelé, do papa Bento XVI e, também, na minha família, perdemos, de forma precoce, a querida Romana, esposa do meu sobrinho Agenor Mendes. Logo, essa série de acontecimentos ruins nos faz refletir como tudo na vida é passageiro e, assim, compreender a necessidade de colocar Deus como o centro de tudo, pois é fundamental relevar certas coisas que não o agrada, como o rancor, a discórdia e a falta de paz.
A minha amizade com Adriano Galdino nunca teve nenhum arranhão, sempre foi clara e sincera. Confesso que fiquei abalado com tudo que aconteceu, não somente pelo desejo de coroar minha carreira política como presidente, mas pela maneira como o conflito se desenrolou nas últimas semanas. No entanto, não existe nenhuma amizade perfeita. Nós, humanos, cometemos diversos erros que nos afastam daqueles que mais gostamos. Porém, a verdadeira amizade é comprovada pela capacidade de superação das fases negativas. Adriano respeitou a minha decisão, silenciou, mandou mensagens através de interlocutores e me procurou para o diálogo. Conversamos, nos perdoamos e decidimos reconstruir uma amizade consolidada há anos, pois quem está em paz não deseja guerra com ninguém.
Atendi os pedidos das minhas três filhas, que são as coisas mais importantes da minha vida, e decidi fazer o que está escrito na Sagrada Escritura: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade” (1 Timóteo 2:1,2). Assim, eu realizei, fui ao sertão, deixei baixar a poeira e decidi começar o ano em paz com todos e, especialmente, comigo mesmo. Afinal, às vezes é necessário dar um passo para trás para depois dar dois para frente.
Por fim, agradeço de coração por todo carinho e pelas manifestações que a Paraíba teve comigo, sonhamos juntos e isso deixou meu coração em paz e, certamente, muito tranquilo. Continuarei de cabeça erguida, olhando nos olhos de todos os paraibanos e reafirmando que nosso trabalho e dedicação seguirão. Gratidão aos meus familiares, que estiveram comigo para juntos administrarmos essa situação. Além disso, agradeço também aos colegas deputados que foram instrumentos por essa paz que continuará reinando na casa Epitácio Pessoa. Por último, agradeço ao amigo Adriano que entendeu os meus motivos e foi capaz de me pedir desculpas e explicar de forma clara todo o desenrolar dos fatos que aconteceram e, assim, juntos permaneceremos, com erros e acertos, mas principalmente com muito entusiasmo de continuar trabalhando incansavelmente pelos paraibanos. Gratidão a todos!