CAIXA DE VINHO DA CALVÁRIO Caso da propina de R$ 900 mil flagrada pela PF com ex-assessor do governo afunila para julgamento
O flagrante da caixa de vinho com cerca de R$ 900 mil, que foi flagrada na Operação Calvário, quando o ex-assessor Leandro Nunes Azevedo recebia de uma secretária do lobista Daniel Gomes da Silva, em um hotel do Rio de Janeiro, foi objeto de denúncia do Gaeco, acatada pela Justiça. O caso deverá ter novidades embriagadoras em breve, conforme murmúrios no âmbito da Calvário.
Em junho do ano passado, a juíza Michelini Jatobá (8ª Vara Criminal), como se sabe, acatou a denúncia, tornando Ricardo Coutinho réu na ação penal. Esta denúncia foi, originalmente, protocolada na 5ª Vara Criminal, mas, em sequência, três juízes se averbaram impedidos. (mais em https://bit.ly/3hr3kjF)
Preso, Leandro confessou a operação, indicando o recebimento da propina de R$ 900 mil numa caixa de vinho, entregue por Michelle Louzada, como parte do pagamento de fornecedores de campanha em 2018. Leandro, inclusive, revelou os nomes dos fornecedores que foram ao Rio de Janeiro receber os pagamentos em espécie.
Foram formalmente denunciados e tornados réus, além de Ricardo Coutinho, o lobista Daniel Gomes da Silva, sua ex-secretária Michelle Louzada, além da ex-secretária Livânia Farias e Leandro Nunes Azevedo.
Em seu despacho, a magistrada pontuou: “Com efeito, o fato narrado na atrial configura crime, havendo, portanto, possibilidade/motivação jurídica no que se pede – deflagração da persecução criminal em Juízo e suas consequências jurídicas. Além disso, depreende-se da leitura do inquisitório e da denúncia que há interesse em agir e a legitimidade ativa do Órgão Ministerial para titularizar a ação é indiscutível.”
Pra entender – Em agosto de 2018, houve flagrante da Polícia Federal, num hotel do Rio de Janeiro, com o dinheiro na caixa de vinhos sendo entregue por Michelle Louzada Cardoso a Leandro Nunes Azevedo.
Na denúncia do Gaeco, o ex-governador foi apontado pelos demais denunciados, como o cabeça da organização criminosa desbaratada pela Operação Calvário. E também como beneficiário da propina.
Denúncia – A denúncia cita “evento criminoso em que Leandro Nunes Azevedo esteve no Rio de Janeiro/RJ, em agosto de 2018, por ordem de Livânia Maria Farias e sob o comando maior do ora denunciado Ricardo Vieira Coutinho, e ali dolosamente recebeu cerca de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais) das mãos de Michelle Louzada Cardoso, então secretaria de Daniel Gomes da Silva.”
E aponta Ricardo Coutinho como “destinatário final de todos os valores ilícitos angariados pela Orcrim telada, gozava o denunciado das vantagens políticas proporcionadas por eles, especialmente no caso sob exame, em que parte do supracitado montante foi utilizado no plano da organização criminosa de manter a captura do poder político do Estado da Paraíba, o que era fundamental para a continuação dos esquemas de desvios de verbas públicas encetados”.