CALVÁRIO DE LIVÂNIA Parte do interrogatório vaza e revela investigações avançadas do Gaeco envolvendo seus familiares
Vai ficando, a cada dia, mais claro que o silêncio da ex-secretária Livânia Farias no interrogatório do Ministério Público, na semana passada, foi mesmo mais comprometedor do que se falasse. Uma parte do interrogatório vazou, no final de semana, e revela, pela linha de investigação, que a força tarefa já tem informações em profusão, inclusive para uma pesada condenação.
Pelas indagações, o Gaeco já teria informações de vários encontros de Livânia com Daniel Gomes da Silva, apontado pela Operação Calvário com o líder da organização criminosa, que teria movimentado mais de R$ 1,7 bilhão em recursos públicos junto à Cruz Vermelha gaúcha. São encontros e jantares, no Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e até em Goías, outra ponta da conexão do esquema (tickets de passagens confirmam).
Também há informações que sinalizam para o recebimento de propinas, não apenas no esquema da Cruz Vermelha, mas também em outra organização social, a Gerir, responsável pela terceirização de hospital em Patos. E há algumas sinalizações sobre compra de apartamentos em João Pessoa, com dinheiro de propina, e o envolvimento de parentes muitos próximos de Livânia, como esposo e sobrinha.
Ou seja, as investigações avançaram muito. Até onde o Blog pode apurar, várias pessoas já foram ouvidas e confirmaram a configuração do esquema criminoso. Em silêncio, Livânia apenas corroborou a tese de quem cala, consente. Com isso, sua situação tende a se agravar, ante a evidente má vontade com as investigações. No fim, pode vir a pagar um preço muito alto e deixar parceiros mais comprometidos livre para continuar a cometer delitos.
Conexão familiar – Fica evidente que as investigações chegaram a parentes de Livânia, como seu marido (ou ex-marido), Elvis Farias, além de seus sobrinhos o vereador Koloral (Carlos Pereira), Gabriela, Júnior, Haller e Lucas, sobrinhos, e Haroldo Rivelino (irmão). Com o detalhe que Lucas foi empregado em outra organização social, InSaúde, a pedido de Daniel Gomes, e teria comprado apartamento com dinheiro de propina.
Outros observados – Estariam também na mira do Gaeco (ainda não como investigados) a secretária Cláudia Veras (Saúde), a presidente da Cinep, Tatiana Domiciano, e o advogado Jovino Neto. Outro nome que surge no interrogatório é o de Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro, assessora do procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro. Na casa dela, como se sabe, foram encontrados indícios de ser local da guarda de maços de dinheiro.