CALVÁRIO DO PROPINODUTO Aracilba nega ter contribuído para destruir provas mas MP tem outro entendimento
A ex-secretária Aracilba Rocha que, recentemente, virou réu no caso Propinoduto, enviou nota ao Blog, em que volta a negar a prática de ilicitude no episódio. Aracilba, conforme delação de Livânia Farias, na Operação Calvário, teria contribuído para destruir as provas, ao levar documentos, celulares e outros elementos para entregar ao secretário Nonato Bandeira, que também nega o fato (ter destruído provas).
O Ministério Público pensa diferente.
O caso – Durante a realização de uma blitz de rotina, em junho de 2011, policiais mandaram um motorista parar para averiguações. De forma inesperada, ele tentou evadir-se, mas não conseguiu furar o cerco policial, e acabou detido. Era Rodrigo Lima da Silva.
Dentro de um veículo, os policiais encontraram R$ 81 mil, em espécie. O dinheiro tinha sido sacado numa agência do Banco do Brasil, em Recife. Junto, os policiais encontraram um papel branco com as seguintes marcações: G – 28.000,00; L – 10.000,00; C – 39.000,00; Dra. Laura 4.000,00. Somando, totalizava precisamente… R$ 81 mil.
Conforme documento protocolado pelo Forum dos Servidores da Paraíba junto ao Ministério Público, o “G” seria de Gilberto Carneiro (procurador geral do Estado, “L ” de Livânia Farias (secretária de Administração), “C” – Coriolano Coutinho (Irmão do governador) e Dra. Laura (Farias), então superintendente da Sudema.
Delação – Em sua delação, Livânia disse que, acompanhada de Aracilba, teria ido até a Secretaria de Segurança pegar o material que foi apreendido pela Polícia. Então, teriam levado essas provas para entregar ao então secretário Nonato Bandeira, que se encontrava com o então governador Ricardo Coutinho, dando uma entrevista na Rádio Tabajara.
Denúncia – Há dois dias, o juiz José Guedes (4ª Vara Criminal) acatou denúncia do Gaeco e, com isso, todos os envolvidos passam à condição de réu. Foram denunciados pelo o ex-procurador Gilberto Carneiro, as ex-secretárias Livânia Farias, Aracilba Rocha e Laura Farias, o ex-secretário Raimundo Silvany, o advogado José Vandalberto de Carvalho, além de Coriolano (irmão de Ricardo) Coutinho, o advogado Bernardo Vidal, o secretário Nonato Bandeira.
CONFIRA A NOTA…
Tudo começou por conta de uma reunião realizada na Secretaria de Segurança Pública do Estado, em 2011. A denúncia a mim imputada é como se fosse alguém que quase assombradamente, estivesse envolvida numa trama insane.
Porém está demonstrado no depoimento da colaboradora depoente que ” Aracilba não tinha nenhum interesse nisso”. “Aracilba não tinha nada a ver com esse processo”. Mesmo assim estou denunciada. Não há qualquer prova da minha participação.
Nessa época estava em tratamento com radioterapia, frágil. Sou apenas uma mulher, mãe, viúva muito jovem que criou seus filhos com muito trabalho e perseverança. Peço, pois, a todos que puderem, que façam a oração pelo Poder de Justiça de Deus. Para quê diante do mal eu possa sobre as asas de Deus encontrar forças e refúgio.
Não foi bem assim – Mas, informações enviadas ao Blog pelo Ministério Público indicam que, na verdade, as citações “Aracilba não tinha nenhum interesse nisso” e “Aracilba não tinha nada a ver com esse processo”, dadas efetivamente por Livânia “não se referem ao Propinoduto, mas especificamente ao recebimento de propinas na Calvário”.