Durante decisão dessa quarta (10/05), o TCE rejeitou recurso e manteve o débito e multas que, somados, chegam a R$ 3,7 milhões contra Milton Pacífico José Araújo, ex-diretor da Cruz Vermelha.
O valor corresponde a despesas não comprovadas em relação ao fornecimento de refeições ao Hospital de Trauma de João Pessoa, que inclusive resultou na reprovação das contas da organização social.
Em seu voto, o conselheiro-relator Antônio Gomes Vieira Filho optou por manter o entendimento da Auditoria e do Ministério Público de Contas, reiterando que os gestores não apresentaram argumentos suficientes para modificar decisão anterior.
Mais decisões – Em 16 de março, o TCE já havia decidido responsabilizar os ex-diretores Milton Pacífico, Sabrina Grasielle de Castro e Sidney da Silva Schmid pelo prejuízo ao patrimônio público na ordem de R$ 11.775.451,94. Eles também foram multados em R$ 8 mil.
Em junho de 2022, o Tribunal de Contas do Estado, em decisão também unânime, já havia julgado irregulares as despesas lesivas ao erário, e imputou um débito da ordem de R$ 1.668.970,96, em despesas realizadas pela Cruz Vermelha, na gestão do Trauma, em 2019.
A Cruz Vermelha foi, inicialmente, contratada pelo então governador Ricardo Coutinho, em julho de 2011, em sua primeira gestão, para terceirizar a gestão do Trauma.
No primeiro contrato, o custeio do hospital, que antes era de R$ 4,2 milhões ao mês, saltou para mais de R$ 8 milhões. No seu último ano de administração, os pagamentos à Cruz Vermelha beirava aos R$ 14 milhões.
Movimentação – Durante os oito anos do governo Ricardo Coutinho, a Cruz Vermelha e outras organizações sociais movimentaram mais de R$ 2 bilhões em recursos públicos, para terceirização de unidades de Saúde do Estado, destacando-se o Hospital de Trauma e o Metropolitano, afora várias UPAs.