CALVÁRIO NA ASSEMBLEIA Deputados ricardistas protocolam três CPIs e sepultam investigações de escândalo da Cruz Vermelha
Durante oito anos do governo Ricardo Coutinho, a oposição foi meramente coadjuvante de luxo na Assembleia. Em nenhum momento, assumiu uma posição altiva e ostensiva de fiscalizar um governo que se envolveu em vários escândalos, tipo Propinoduto, desdobramento do Jampa Digital, assassinato de Bruno Ernesto, Empreender PB e dentre outros.
Agora, no início de um novo governo, com a eleição de parlamentares mais destemidos, se vê como a oposição segue comendo mosca literalmente. Quando a legislatura atual assumiu, havia uma matemática de 14 deputados de oposição. Mas, em nenhum momento, conseguiu as doze assinaturas para requerer a CPI da Cruz Vermelha, uma investigação que interessa a dez entre dez paraibanos.
Pelo contrário, tomou um drible de ricardistas como Estela Bezerra e Cida Ramos, que emplacaram logo três CPIs (Homofobia, Feminicídio e Indústria de Multas em Pardais). Claro que Estela e Cida negam que suas iniciativas foram protocoladas para impedir a investigação da Cruz Vermelha, mas de tão transparente o argumento chega a ser quase vermelho laranja… Não se questiona a investigação sobre os três temas propostos mas, vamos combinar, é muita coincidência.
Resultado: como pelo regimento da Casa não pode haver mais três CPIs instaladas, as investigações sobre o escândalo da Cruz Vermelha, quando se fala de bilhões movimentados por uma quadrilha apurada pelo Ministério Público, segue o seu próprio calvário.