CALVÁRIO NA ELEIÇÃO Milionário esquema de corrupção denunciado pelo Gaeco entra na pauta da campanha da Paraíba
Mal começou a campanha e eis que… a Calvário já está na pauta. Como, aliás, era de se esperar. Começou com os candidatos ao Senado.
Efraim Filho (União Brasil), durante convenção do PSDB, afirmou que seu nome não será encontrado em páginas policiais, como outros candidatos. O recado teve endereço óbvio.
Pollyana Dutra (PSB) foi na mesma linha: mandou avisar a Lula que ela é a única da esquerda cuja candidatura é ficha limpa na Paraíba. Outro petardo direto.
Bruno Roberto (PL) foi ainda mais incisivo: “A Paraíba precisa derrotar um ex-governador acusado de corrupção. A Paraíba não merece gente assim no Senado.” Mais claro, impossível.
Até o Pastor Sérgio (PRTB), a despeito de seu conhecimento comedimento, disse que não iria comentar sobre “um candidato acusado de corrupção, mas não faria o que ele fez”. Mesma linha.
Vários partidos também citaram a Calvário e condenações na Justiça Eleitoral, para pedir a impugnação de Ricardo Coutinho (PT), como o caso de Carlos Siqueira, presidente do PSB.
Nos debates que abriram a temporada, não ficou por menos. Nilvan Ferreira (PL) citou o governador João Azevedo como beneficiário do esquema desbaratado pela Calvário. Até tomou um tranco, quando João afirmou que ele é dado a falsificações…
Ou seja, a despeito de ainda não haver julgamentos de ações da Calvário, com eventuais condenações ou não, o fato é que o maior esquema de corrupção da Paraíba, desbaratado pelo Gaeco, estará na pauta das eleições.
E caberá, obviamente, ao cidadão fazer seu julgamento, esse sim que não depende de pauta.
Balanço – A Operação Calvário, deflagrada em dezembro de 2018, rendeu 23 denúncias por parte do Ministério Público, comportando, de acordo com as investigações, desvio de recursos públicos da ordem de R$ 430 milhões. Segundo o Gaeco, desse montante, apenas na área de Saúde foram desviados mais de R$ 134 milhões.
As investigações levaram à prisão de 17 pessoas, dentre os quais o Ricardo Coutinho, além do indiciamento de 35 suspeitos, e apontaram que o esquema teria movimentado, durante a gestão do ex-governador, mais de R$ 2 bilhões, em terceirizações com organizações sociais.
De acordo com o Gaeco e delações de Livânia Farias, Daniel Gomes e Ivan Burity dentre outros, o cabeça da suposta organização criminosa seria o ex-governador Ricardo Coutinho.