CALVÁRIO NO CANAL 40 Gaeco denuncia Ricardo Coutinho pela 6ª vez com mais dois irmãos, um ex-cunhado e três ex-auxiliares
O ex Ricardo Coutinho acaba de ser denunciado pela 6ª vez no âmbito da Operação Calvário. Trata-se do uso de dinheiro público repassado pelo esquema criminoso na Cruz Vermelha desbaratada pelo Gaeco, que foi desviado para a aquisição de imóvel (com reformas) conhecido como Canal 40. Na denúncia, o Ministério Público pede ressarcimento de R$ 1,6 milhão aos cofres públicos.
O dinheiro, segundo a denúncia, que “foi desviado ilicitamente do tesouro estadual pela Orcrim (via caixa de propina), sendo R$ 100.000,00 (cem mil reais) destinados a aquisição do imóvel, R$1.000,000,00 (um milha o de reais) utilizados na execução das obras de reforma do CANAL 40 e, aproximadamente, R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) gastos com o custeio de despesas ordinárias do prédio”.
“Pelos fatos narrados restou demonstrado que Ricardo Coutinho, como líder da empresa criminosa, utilizava-se de interpostas pessoas, algumas delas também integrantes da Orcrim ora denunciadas, para dissimular e ocultar a origem ilícita dos recursos destinados a reforma e decoração do Canal 40”, diz a denúncia do Ministério Público, apontando o ex-governador sempre como o cabeça da organização criminosa.
O Gaeco pede ainda “aplicação da perda de cargo, emprego, função pública ou mandato eletivo dos réus como efeito da condenação”. Caso a Justiça acate a denúncia, o ex-governador poderá, inclusive, se demitido de quaisquer cargos que, atualmente, ocupe. O que poderá incluir a presidência da Fundação João Mangabeira.
Denunciados – Além de Ricardo Coutinho, também foram denunciados seu irmão Coriolano Coutinho, sua irmã Valeria Vieira Coutinho, seu ex-cunhado Paulo Cesar Dias Coelho, os ex-secretários Ivan Burity e Livânia Maria Da Silva Farias (colaboradora), além da ex-assessora Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro. Eles formaram uma organização para desviar dinheiro público para a consolidação do Canal 40.
Triangulação – O imóvel, de propriedade da Cinep, foi inicialmente destinado à empresa Vann Indústria e Comércio de Persianas que, sem a autorização da Cinep, e em desacordo com o contrato firmado, negociou/transferiu o imóvel com a Fidele Cosméticos que por sua vez negociou com Paulo Cesar Dias Coelho. Quando Paulo César divorciou-se de Valéria, repassou o imóvel para a ex-mulher.
Apareceu Cuiá – Paulo César também surge no rumoroso escândalo de Cuiá. Em abril de 2012, O juiz Miguel de Britto Lyra Filho decidiu decretar a quebra dos sigilos bancário e fiscal das empresas Assare – Comércio e Locação de Veículos Ltda e Coelhos Tecidos, por envolvimento no escândalo da desapropriação da propriedade, processo que ocorreu em tempo recorde de menos de 30 dias, desde a avaliação até o pagamento.
Segundo consta dos autos, a Assare fez uma doação em dinheiro para a campanha de Ricardo Coutinho, em 2010, através de transferência eletrônica de R$ 448.600,00 (quatrocentos e quarenta e mil e seiscentos reais), no dia 17 de setembro de 2010, e Coelho Tecidos depositou R$ 100.000,00 (cem mil reais) em dinheiro através de transferência bancário no dia 13 do mesmo mês. E as duas empresas não tinham suporte contábil para realizar as doações.
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