Câmara livra Temer de denúncia e perde chance de fazer história
Muitos brasileiros devem estar se perguntando: se a Câmara Federal acatou a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, por que não acatou a denúncia contra o presidente Temer? Inclusive quando o caso contra o peemedebista até parecia mais grave, com malas de dinheiro e tudo. A resposta parece ser simples: Temer soube se articular melhor junto à Câmara.
Quando Dilma acordou, aparentemente, já era tarde demais. De qualquer forma, fica a impressão de que a Câmara perdeu uma excelente oportunidade para mudar novamente a História do Brasil, afastando um presidente que, claramente, se envolveu nas mesmas traquinagens patrocinadas por Lula e Dilma. Fica a impressão de dois pesos e duas medidas.
Tanto que o principal argumento dos que votaram em Temer foi de que o País precisa ter estabilidade política, evitar a rotatividade do Palácio do Planalto, e que o peemedebista, ao deixar a Presidência, deve responder pela acusação. Ou seja, poucos assumiram que o presidente é inocente. Argumento muito frágil, convenhamos. Fica a sensação de que a Câmara poderia ter agido de forma mais imparcial.
A decisão fortalece Temer, inclusive para a sequência de votação das reformas. Novas denúncias eventualmente apresentadas pelo procurador Rodrigo Janot, previstas para os próximos dias, chegarão muito fragilizadas. O presidente ganha, é inegável, musculatura para enfrentar novas tormentas. E o Brasil seguirá com sua sina até que haja eleições diretas, em outubro do próximo ano.