Camará: Raniery diz que RC desviou dinheiro “e agora perto da eleição promete reconstruir”
A tragédia de Camará segue produzindo mais capítulos. Nova polemica envolve o governador Ricardo Coutinho e o deputado Raniery Paulino. De passagem por Esperança, nesta sexta-feira (dia 26), RC afirmou que, diferente de seus antecessores, irá reconstruir a Barragem de Camará, e ainda criticou a oposição que tem cobrado ações de seu Governo.
A resposta veio como uma enchente, puxada pelo deputado Raniery. Segundo o líder da oposição na Assembleia, “quem desviou os recursos para as obras da reconstrução foi o próprio governador, para outras áreas do Governo, porque o dinheiro estava reservado dentro daquele empréstimo do BNDES, feito no Governo Maranhão. Ele desviou pra não fazer a obra e agora anuncia por causa da eleição de 2014”.
De quebra, Raniery lembrou: “Aliás, nem sei se ele vai mesmo reconstruir, como está anunciando, porque seu principal aliado e conselheiro, Zenóbio Toscano, sempre disse que não adiantava reconstruir a barragem, porque ela iria romper novamente, então, não acredito que o governador vá contrariar o aliado, especialmente quando precisa de seu voto daqui a um ano.”
A barragem rompeu em janeiro de 2004 e, desde então, tem sido objeto de várias ações judiciais. A última movimentação foi de janeiro de 2013, quando a Justiça Federal (Tribunal Regional Federal da 5ª Região – Recife) decidiu por unanimidade que o responsável pelo desastre foi o Governo do Estado, sob a gestão Cássio Cunha Lima.
Em sua decisão, a Corte entendeu que o Governo Cássio foi seguidamente avisado pelas construtoras envolvidas no projeto, mas se omitiu de dar manutenção à barragem, e “esta desídia foi a principal responsável pelo seu rompimento” em janeiro de 2004. A mesmo tempo, a Justiça inocentou as construtoras Holanda Engenharia, Andrade Galvão e CRE Engenharia.
Conforme entendimento dos magistrados, após a conclusão da barragem, o Governo do Estado recebeu o manual de manutenção da obra, que é um documento padrão elaborado pelo Ministério da Integração Nacional. Porém, mesmo alertado de que precisava dar manutenção preventiva, o Governo ficou indiferente, o que culminou com seu rompimento, que causou morte de várias pessoas.