Caos na Saúde da PB: mais de 300 cirurgias em crianças deixam de ser realizadas
Foi preciso que a chamada “Caravana da Saúde” fosse ao Hospital Arlinda Marques para os paraibanos tomarem conhecimento de que mais de 300 crianças deixaram de submeter a uma cirurgia, por falta de médicos anestesiologistas. Nas contas do procurador Eduardo Varandas (Trabalho), são sete cirurgias que deixam de ser realizadas todos os dias.
A informação foi, aliás, confirmada pelo diretor do hospital, Fabiano Alexandria. Ou seja,quem imaginava que o caos existia apenas no Hospital de Trauma, conforme imagens que foram divulgadas há poucos dias (graças à visita que deputados estaduais realizaram no local), vê agora que há uma endemia de má assistência no Estado.
A situação caótica no Arlinda Marques foi comprovada pelos deputados da Comissão de Saúde da Assembleia, e os procuradores federais Eduardo Varandas e José Guilherme Ferraz (Direitos do Cidadão). Aliás, desde o dia 24 de outubro, o Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho já haviam constatado o problema e deram um prazo para o Governo do Estado dar uma solução.
Conforme constatação do MPT e do MPF, dos 16 anestesistas que prestavam serviço ao Arlinda Marques, apenas três permaneceram. Mais: nem o Estado tem médicos concursados em número suficiente para atender à demanda, nem há uma previsão de concurso público para satisfazer às necessidades mínimas da população, que necessita de assistência médica.
O secretário Waldson de Sousa (Saúde) já antecipou que não há previsão de concurso público na área. Mas, voltou a criticar a iniciativa dos deputados e procuradores de visitarem, “sem aviso”, o Hospital Arlinda Marques como, há poucos dias, realizaram no Trauma. Mais uma vez o secretário proibiu a Imprensa de acompanhar a “Caravana” na visita ao Arlinda Marques.