Cardozo diz na Comissão Especial que Impeachment é golpe e acusa Cunha de chantagem contra Dilma
A presença do ex-ministro e atual Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, na Comissão Especial do Impeachment, estava cercada de muitas expectativas, na tarde desta segunda. Coube a Cardozo fazer a defesa da presidente Dilma na Comissão, inclusive na última das dez sessões convocadas conforme o prazo previsto no rito do impeachment.
Eduardo Cardozo para repetiu o bordão de que o impeachment é um erro, “é um golpe”, argumentando que não há elementos jurídicos sustentáveis para pedir o impedimento da presidente. E aproveitou para alfinetar o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha. Cardozo acusou Cunha de chantagear Dilma ao deferir o pedido de impeachment Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal.
“Trata-se de uma retaliação do presidente da Câmara (Cunha) ao PT, cuja base votou favoravelmente à abertura de processo contra ele na Comissão de Ética da Casa. Ele usou da sua competência para fazer vingança e retaliação à presidente”, afirmou.
Durante a sessão, o Advogado-Geral da União entregou a defesa por escrito da presidente Dilma que a Comissão Especial do Impeachment terá o equivalente a cinco sessões para avaliar e votar.
Prazos – O deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator do pedido de impeachment em análise nessa Comissão, anunciou que deverá apresentar o seu parecer na próxima quarta (dia 6) ou quinta-feira (dia 7). Como deverá haver pedidos de vistas, o relator prevê que a votação do texto será finalizada na comissão até o dia 11 ou, no máximo, dia 12 (terça-feira).