Carta aberta: concursados denunciam “descompromisso” de RC com Segurança e vão à Justiça por nomeações

Os concursados da Polícia Militar lamentam ter vencido, em 24 de dezembro, o prazo para suas nomeações. Em carta enviada ao Blog, eles lembram que o governador Ricardo Coutinho só teria nomeado 320 policiais, em agosto do ano passado, porque estava às vésperas das eleições e pretendia  “eleger Cida Ramos pra prefeita”, já que as nomeações foram basicamente em João Pessoa.

Eles denunciam o “descompromisso” do governador Ricardo Coutinho com a Segurança Pública, especialmente no interior do Estado, onde o efetivo é cada vez mais reduzido e incapaz de enfrentar a criminalidade crescente na Paraíba. A esperança é que, dos 290 concursados sem nomeação, 178 ingressaram com uma ação na Justiça, para obrigar o governador a nomear, mesmo vencido o prazo: “Temos esperança que a Justiça seja feita.”

CONFIRA A ÍNTEGRA DA CARTA

“Boa tarde Helder Moura, venho aqui compartilhar com o senhor minha indignação com fatos que vem ocorrendo na Paraíba. Sou aprovado em todas as etapas do concurso da Polícia Militar, da região do Agreste, denominada de CPR1 (comando de policiamento regional 1), que abrange toda região do agreste e borborema da Paraíba.

Primeiro venho informá-lo que o concurso se venceu no dia 24 de dezembro de ano passado e a última chamada que o governador fez, com 320 soldados, em uma convocação totalmente abusiva e desproporcional, em agosto do ano passado, na qual prejudicou toda a região do Agreste e Sertão porque foram dos 320, 230 somente para a região metropolitana, denominado de CPRM (comando de policiamento regional metropolitano) e pasme, apenas 60 para o Agreste (CPR1) e 30 para o Sertão(CPR2).

Sabemos e é notória a falta de efetivo nestas regiões, na qual é muito difícil se ver mais do que dois militares dentro de uma viatura, o que torna inviável a segurança dos mesmos e a garantia da segurança dessas regiões, onde ao ser feita esta convocação foi alegado pelo governador no programa “fala governador”, a falta de recursos e o limite da lei de responsabilidade fiscal, numa forma de tentar explicar a ínfima quantidade tendo em vista a insegurança que vem se instalando na Paraíba, onde hoje houveram fatos controversos que foi a abertura de 300 vagas de agentes sócio educativos da FUNDAC, sem concurso público, com uma média de salário de 1.600 reais.

Sabemos que isso é uma forma de ele colocar os apadrinhados políticos para obter apoio nas eleições de 2018, o que é revoltante, ver o descompromisso com a segurança nas regiões do Sertão e Agreste da Paraíba, que foram totalmente prejudicadas na convocação dos 320 em agosto passado, que teve cunho totalmente político, na intenção de conseguir eleger Cida Ramos pra prefeita.

Como o senhor possui grande audiência e não possui “rabo preso” com o governador, peço encarecidamente que torne pública para toda a sociedade campinense e patoense, o descompromisso do governador com essas regiões e também com toda a Paraíba pro descompromisso com a segurança pública. Um grande abraço, um feliz ano novo para você e toda sua família.”