Cartaxo e a greve dos professores: impasse ruim para os 60 mil alunos sem aulas
O prefeito Luciano Cartaxo terá dificuldades para se entender com os professores. Ficou patente na última reunião que manteve com representantes da categoria, que estão em greve, desde que o prefeito anunciou um aumento de 3% linear. O prefeito lembrou que, em 2013, concedeu um reajuste de 10% e, no ano passado, de 8,5%, “acima da inflação”.
E que, “este ano, diante da redução da arrecadação, da queda nos repasses dos recursos federais e a crise porque passa o País e o Estado, não há como conceder um aumento maior do que o que foi anunciado, se no próximo ano houver uma reação no que tange às receitas, vamos dar um aumento maior”. Os docentes reivindicam um aumento de 16%, e decretaram greve após o anúncio de 3%.
“Tenho explicado ao comando de greve e para o sindicato dos professores, com quem temos dialogado permanentemente, e tenho dito que não posso transformar o cenário econômico do Brasil e de João Pessoa, pois estamos passando pela mesma situação nos mais de cinco mil municípios do País, e temos que apertar o cinto, segurar um pouco mais e apostar que 2016 vai ser diferente”, disse Cartaxo.
Segundo Daniel de Assispresidente do Sintem, além do reajuste, os servidores reivindicam modificações no Plano de Cargos, “e isso inclui a garantia de manutenção do salário integral para quem se afasta para cursar pós-graduação e progressão funcional por titulação para quem está em estágio probatório, além da implantação da terceira etapa do plano que, segundo o sindicato, está parado há dois anos”.
Existe a convicção de que, se o prefeito não aumentar o reajuste que foi oferecido, no patamar de 3%, os professores seguirão em greve. Por tempo indeterminado. Enquanto persiste o impasse entre o prefeito e os professores, cerca de 60 mil alunos ficam em aulas, e já há o risco de comprometer o calendário escolar do ano letivo.