Cartaxo inicia gestão operosa, sem pirotecnia e sem perseguições
Passados um mês e alguns dias da administração Luciano Cartaxo é difícil resistir a uma comparação com a gestão Ricardo Coutinho. De prima, é inegável que Luciano administra numa atmosfera de paz, como há muito não se via em João Pessoa. Cartaxo não é afeito à pirotecnia, nem a certas práticas republicanas do tipo perseguição a adversários e jornalistas.
E Cartaxo tem apresentado resultados interessantes, apesar do pouco tempo de gestão. Confesso que, no primeiro momento, duvidei de sua capacidade administrativa. Claro que ainda é pouco tempo para uma análise mais consistente, porém é indubitável que Luciano Cartaxo prefere trabalhar mais e usar menos os holofotes. Não é candidato a prima-dona.
Pelo menos até onde a vista alcança, o prefeito tem humildade. Contraponto perfeito do governador. Como tem optado pelo trabalho, Cartaxo tem marcado pontos importantes em áreas vitais como saúde, por exemplo. Na gestão RC, a saúde era um conflito permanente. Nesses dois meses, já dá perceber certa mudança nos comportamentos. Já um avanço.
Diferente do governador, Cartaxo não fez cantilena usando a crise como pretexto surrado para não financiar eventos como o Folia de Rua e o próprio Carnaval de João Pessoa, que andou esquecido por gestões anteriores. Dados que talvez expliquem os aplausos que um vem recebendo, talvez ainda tímidos, enquanto o outro bate recordes de vaias.
E Cartaxo tem um trânsito em Brasília que RC jamais teve. Primeiro, porque é o único prefeito petista do Nordeste. É compreensível que o partido tenha por ele um zelo especial. Depois, tem em Brasília uma bancada praticamente toda em seu favor, porque não tem áreas de atrito com os deputados federais ou os senadores. Bem diferente do governador.
Espera-se que Luciano Cartaxo saiba administrar também o próprio comportamento e se mantenha com o mesmo estilo que inicia em sua gestão e não permitir que o poder suba à cabeça. A Paraíba já passa por uma experiência que talvez não queira repetir.