Caso Bruno Ernesto: Governo foi acionado desde agosto pelo Ministério Público e até agora não esclareceu sobre balas usadas no crime
O misterioso crime do jovem Bruno Ernesto segue desafiando a Justiça. Como se não bastasse a conclusão de um inquérito em tempo recorde, que apontou apenas latrocínio, apesar de depoimentos dos acusados indicando a possibilidade de execução, a Polícia não se preocupou, durante o inquérito, em identificar a propriedade da arma e das balas, que mataram Bruno Ernesto.
Há alguns dias, no entanto, durante o programa Intrometidos, foi desvendado que a arma pertencia à Secretaria de Segurança, enquanto a munição foi retirada da Secretaria de Administração Penitenciária. Apesar da revelação, em nenhum momento o Governo do Estado se manifestou sobre o assunto. Não se sabe se por indiferença ou por se tratar de algo explosivo mesmo.
Pra se ter uma ideia de como o caso é tratado, desde agosto, a promotora Ana Maria França de Oliveira, coordenadora do NCAP (Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial) oficiou o Major Sérgio Fonseca de Souza, gerente executivo do Sistema Penitenciário (Secretaria de Administração Penitenciária), solicitando esclarecimentos sobre a destinação dada ao lote da numeração AHQ92…
A promotora deu um prazo de dez dias, mas, quatro meses depois, o ano está encerrando, e ela não obteve qualquer resposta do Governo. Além do descumprimento de uma solicitação do Ministério Público, um desrespeito à promotora Ana Maria França. O que só faz aumentar o mistério.
Lembrando que, em ofício datado de 21 de outubro de 2015, a empresa CBC, fornecedora da munição, confirmava que o citado lote foi adquirido pelo Governo do Estado, destinado precisamente à Secretaria de Administração Penitenciária. E, como se sabe, a munição utilizada para assassinar Bruno Ernesto era exatamente desse lote.
Ficam então as indagações: por que, então, as investigações não avançam? Por que o Governo do Estado não se manifesta sobre o assunto, uma vez que a arma e a munição pertenciam ao Estado? Afinal, Bruno Ernesto foi ou não foi vítima de uma execução?