CASO BRUNO ERNESTO Ricardo Coutinho alega virose e pede adiamento de audiência em ação contra jornalista e vice-prefeito
O ex Ricardo Coutinho estaria acometido de uma virose, nessa quinta (dia 21). Pelo menos foi o que seu médico Mário Toscano acusou em atestado médico (CID 10-B34), para justificar o pedido de adiamento da audiência na ação criminal que moveu contra o jornalista Hélder Moura e o vice-prefeito Manuel Júnior, e tramita na 2ª Vara Criminal.
Ricardo Coutinho processo o jornalista por ter publicado, como vários outros blogs e portais, declaração do vice-prefeito Manuel Júnior de que estaria “com o seu CPF no inquérito que apurar o assassinato de Bruno Ernesto”. Como se sabe, o Inquérito 1200 do Superior Tribunal de Justiça, que investiga o crime, tem o ex-governador como um dos investigados.
“Foi de repente a sua doença, porque no dia anterior (terça-feira), o ex-governador se encontrava em Brasília, acompanhando o governador João Azevedo e me parecia bem”, comentou Manuel Júnior.
O caso – O Inquérito 1200, que tramita no Superior Tribunal de Justiça e investiga as circunstâncias de assassinato do jovem Bruno Ernesto em fevereiro de 2012, está vivendo um impasse. Até onde o Blog pode apurar, em função da perda do foro privilegiado de Ricardo Coutinho, os autos podem ser remetidos para avaliação da Justiça da Paraíba.
No final de 2018, a advogada Laura Berquó revelou que Ricardo Coutinho, durante uma audiência no Fórum Criminal, admitiu estar sendo investigado no âmbito do inquérito.
Diante da iminência dos autos serem baixados para a Justiça da Paraíba, os pais de Bruno (Inês e Ricardo Moraes do Rego) já avaliam peticionar, através de seu advogado, Aluízio Filho, para que haja a federalização do crime. Caso o pedido seja acatado, as investigações poderão, em vez de “descer” para a Paraíba, seguir no STJ, em Brasília.
O Ministério Público Federal também pode, caso acionado, solicitar a federalização, caso entenda que as investigações deverão seguir em Brasília, até porque já estariam muito avançadas.
Armas e balas – A argumentação da família é que o Estado não estaria isento para investigar, uma vez que sequer apurou de quem eram a armas e as munições usadas no crime. Foi preciso a família constituir uma investigação paralela para descobrir que, tanto a arma, quanto as balas tinham sido adquiridas pelo governo do Estado.
Cardozo – O ex Ricardo Coutinho constituiu, como advogados, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, além de Márcio Lopes de Freitas Filho e Renato Ferreira Moura Franco para o caso, os mesmos que ele contratou para a sua defesa na Ação Penal 866, na qual é réu, por doze crimes de responsabilidade, conforme o ministro Luís Felipe Salomão.
Os pais de Bruno, Inês Ernesto do Rego Moraes e Ricardo Figueiredo de Moraes chegaram a peticionar para ter acesso aos autos, mas o ministro Fischer negou.
Mistério – O mistério neste inquérito é que o governador Ricardo Coutinho, por uma razão ainda não explicada, peticionou nos autos (processo nº 2017/0211846-5), através do advogado Sheyner Asfóra, em 12 de setembro de 2017.