Caso Ibope: RC só faz ouvidos de mercador quando quer
Há poucos dias, quando indagado sobre a ameaça velada que sua candidata Estelizabel Bezerra fez ao senador Cássio Cunha Lima por participar do guia de Cícero Lucena, o nosso ínclito, preclaro e insigne governador disse que estava sem tempo para ler e ouvir programas de rádio, nem participar de futricas e, portanto, não iria comentar.
Porém, não mais que de repente, o governador passou não apenas a ler, mas também a ouvir programas de rádio e rede de futricas. Lépido, ele desembainhou sua espada por causa do incidente envolvendo um pesquisador terceirizado do Ibope. Ficou a dúvida: o governador tem ou não tem tempo para se informar sobre o que acontece na Paraíba?
Ou só tem tempo para aquilo que apenas politicamente lhe interessa. Não teve tempo, pelo que se viu, para firmar uma posição em relação ao recado dado por Estelizabel a Cássio, seu mentor e principal responsável por sua vitória nas urnas de 2010. Mas, teve tempo para usar o incidente do Ibope e fazer campanha para Estelizabel.
É claro que o incidente do Ibope deve ser investigado com todo o rigor necessário pela Justiça. Não é de hoje que fatos estranhos ocorrem com pesquisas na Paraíba. Mas, a mesma Justiça precisa ter o mesmo rigor para apurar o Caso Cuiá. Por que não? Por que não o mesmo zelo em relação ao escândalo do Jampa Digital? Por que dois pesos?
Por que, por exemplo, até hoje os paraibanos não sabem o destino que tomou aquela investigação sobre a dinheirama encontrada em seu comitê de campanha, em 2010, supostamente enviado pelo seu parceiro de PSB, Eduardo Campos, conforme denúncia da Imprensa? Aliás, por que a Polícia Federal, sempre tão zelosa, nunca emitiu uma nota sobre o assunto?
Se procurar direitinho, como bem disse o governador, vai encontrar o autor e o mentor.